Após a demissão do subdiretor de Plantilhas, Enric Trens, um grupo de diretores se manifestou em sua defesa, chamando-o de um "cabeça de turco" e destacando seu conhecimento técnico sobre diretrizes e normas do Departamento de Educação. O cese foi oficialmente notificado pelo Diário Oficial da Generalitat na última quarta-feira, gerando intensas discussões sobre a pontualidade e as razões para a sua saída.
A controvérsia surgiu em meio a alegações de manipulação nas alocações de professores para o verão, após uma nova normativa que alterou regras estabelecidas, levando a confusão entre as direções quanto à aplicação da norma de 2014 sobre a seleção de candidatos. A lista de alocações revelava que interinos foram colocados em algumas vagas antes dos professores titulares, levando a reclamações por parte do corpo docente que participava do processo.
As direções de escola ressaltam que a versão oficial do Departamento de Educação não aborda as contradições entre a nova resolução e os decretos anteriores, especialmente no que se refere à administração das vagas. "O decreto diz uma coisa e a resolução, outra. Se há discrepâncias, o que prevalece é o decreto. É preciso explicar quem autorizou uma resolução contrária ao decreto", afirmou um diretor em defesa do subdiretor demitido.
A conselheira de Educação, Esther Niubó, em uma sessão de emergência no Parlamento, anunciou que a falta de conformidade com a nova resolução resultou na anulação da alocação, afetando cerca de 2.900 professores, e afirmou que o subdiretor foi desligado por não seguir as instruções. No entanto, partidos da oposição questionaram se a responsabilidade por uma alocação tão abrangente poderia realmente recair sobre uma única pessoa.
Os diretores reiteraram seu apoio a Trens em uma carta coletiva, destacando sua longa trajetória e competência na gestão de normas e regulamentações. "Este tipo de expediente não deve ser imputado a ele de maneira desproporcional, uma vez que ele apenas seguiu as normas estabelecidas", afirmam na missiva, que está sendo encaminhada a outros centros para mais assinaturas.
A discussão se intensificou no Parlamento, onde membros de vários partidos criticaram duramente a gestão das alocações de professores, chamando de "espetáculo indigno" e "desastre administrativo". Em resposta, o presidente Salvador Illa defendeu a rapidez das ações tomadas pela conselheira e pela sua equipe para corrigir os erros identificados, reafirmando que o início do ano letivo estaria garantido. Apesar das críticas, o Governo recebeu aprovação no Parlamento para um novo decreto que aumenta a subsídio para a educação infantil, demonstrando uma tentativa de neutralizar as repercussões da polêmica.
Com essa oposição à demissão e a exigência de esclarecimentos, a situação em torno de Enric Trens destaca a complexidade da administração educacional na região, onde as mudanças normativas e a política se entrelaçam em um debate fervoroso sobre a eficiência e a responsabilidade na gestão da educação.