O futuro da CNBC, uma das principais redes de notícias financeiras dos Estados Unidos, pode estar em risco, pois Jeff Bezos, fundador da Amazon, está avaliando a possibilidade de aquisição do canal. Segundo informações do New York Post, Bezos estaria interessado em comprar a rede, atualmente sob a administração da Comcast, que planeja transferi-la para uma nova empresa chamada Versant até o final de 2025.
A especulação sobre a compra de Bezos levanta preocupações significativas entre os consumidores de notícias. Um informante revelou ao New York Post que a aquisição "alinharia bem com seus interesses" e que a CNBC se manteria como uma "voz neutra" em seu portfólio de mídia. Por outro lado, fontes ligadas a Bezos têm negado o interesse do magnata em adquirir o canal, embora ele ainda não tenha se manifestado publicamente sobre o assunto.
A história de Bezos com a propriedade da mídia, em especial com o Washington Post, alimenta essas preocupações. Após a compra do jornal em 2013 por $250 milhões, Bezos inicialmente manteve a autonomia editorial. Contudo, antes das eleições presidenciais de 2024, houve um notável afastamento de vozes liberais da redação devido a mudanças drásticas na direção editorial, que culminaram na retirada de um apoio planejado à então vice-presidente Kamala Harris.
Essas alterações têm gerado indignação em muitos, especialmente entre aqueles que veem a presidência de Donald Trump como uma ameaça à democracia. A perda de cerca de 250 mil assinantes do Washington Post, nos dias seguintes à notícia da remoção da endosse a Harris, é um indicativo de que a confiança do público na gestão de Bezos como proprietário da mídia está em xeque.
Assim como Bezos, outros bilionários da tecnologia estão também absorvendo propriedades midiáticas de grande importância. Elon Musk, por exemplo, adquiriu o Twitter, agora renomeado como X, e não hesitou em utilizá-lo como plataforma para a promoção de agendas políticas, especialmente em torno das eleições presidenciais de 2024.
Outro executivo que está em evidência no cenário midiático é David Ellison, CEO da Skydance Media, que deverá liderar uma nova empresa após uma fusão com a Paramount. Essa situação ressalta a tendência de bilionários assumindo o controle de veículos que moldam a opinião pública e a informação disponível.
Recentemente, surgiram rumores de que Bezos estaria interessado na compra da Condé Nast, empresa que possui publicações renomadas, como Vogue e Wired. O fato de sua recente união com Lauren Sanchez em Veneza ter sido cercada de protestos, ainda que focada em sua proximidade com Trump, adiciona uma camada de complexidade a essas especulações.
Embora tudo isso ainda não passe de suposições, as intenções e estratégias de Bezos podem afetar a forma como as informações são apresentadas ao público. Se a aquisição da CNBC se concretizar, há grandes chances de que o canal se torne um novo instrumento político nas mãos de um dos homens mais ricos do mundo, mais especificamente, um dos mais influentes no panorama midiático atual.