O governo dos Estados Unidos, especialmente sob a administração de Donald Trump, tem demonstrado interesse crescente nos mineirais críticos do Brasil. Esses insumos são fundamentais para indústrias de alta tecnologia e para a transição energética global. Recursos como o lítio e o nióbio são considerados estratégicos, e a busca por acesso a essas riquezas pode ser uma moeda de troca em negociações comerciais, incluindo discussões sobre tarifas.
Entre os minerais que despertaram esse interesse está o nióbio, que, em 2022, foi oferecido ao bilionário Elon Musk pelo então presidente Jair Bolsonaro. Nesse encontro, Bolsonaro enfatizou que o Brasil possui 98% das reservas conhecidas deste mineral e que existem estudos promissores a respeito do potencial do nióbio em baterias. Apesar da proposta, Musk declarou que não estava considerando esse investimento naquele momento, optando por esperar mais antes de entrar no setor.
Bolsonaro, entusiasta do nióbio e do grafeno durante sua presidência, viu um aumento significativo nas autorizações para a exploração do nióbio na Amazônia, onde, em apenas três anos, a Agência Nacional de Mineração concedeu 64 permissões para pesquisa em nove assentamentos, segundo levantamento da Folha de S. Paulo em 2022.
No entanto, as iniciativas de Bolsonaro relacionadas ao nióbio não se restrinjam apenas às questões econômicas; sua administração também promoveu a mineração em áreas conversadas, incluindo terras indígenas, o que gerou controvérsias e críticas por contrariarem a Constituição. Ele até enviou um projeto de lei ao Congresso para regulamentar essas autorizações, mas essa proposta não avançou.
Além de sua paixão pelo nióbio, Bolsonaro também se destacou como um defensor do grafeno. No ano passado, ele se tornou sócio de seu filho Flávio em uma empresa chamada Bravo Grafeno, que se dedica ao desenvolvimento de capacetes e viseiras para motociclistas, solidificando assim sua posição como um embaixador deste material inovador.
A busca por recursos naturais e a exploração sustentável continuam a ser temas relevantes no debate político e econômico, especialmente em um país tão rico em minérios como o Brasil. As perspectivas futuras, portanto, giram em torno da viabilidade e da aceitação social em relação a esse tipo de exploração, que deve ser cuidadosamente avaliada à luz dos interesses ambientais e das comunidades locais.