O ex-jogador Aloísio, uma figura emblemática do futebol europeu, está agora buscando uma nova etapa em sua carreira como técnico. Com um histórico impressionante que inclui ser o primeiro capitão negro do Barcelona e ter sido medalhista de bronze com a seleção brasileira nas Olimpíadas de Seul, Aloísio se destaca também como o estrangeiro com mais jogos pelo Porto, onde atuou por 11 temporadas. Agora, ele se posiciona no mercado, almejando treinar um time profissional e, especialmente, voltar ao seu clube de origem, o Brasil de Pelotas.
Aloísio, que acumulou experiência em sua carreira como jogador e auxiliar técnico de José Mourinho, possui as licenças necessárias da UEFA, além de sua bagagem como discípulo de Johan Cruyff. Ao ser questionado sobre seu maior desejo no futebol, ele expressa: "Meu sonho é treinar uma equipe profissional e poder voltar ao mercado". Para ele, isso vai além de um objetivo pessoal; é uma questão de gratidão pelo clube que o revelou e pelas oportunidades que teve na carreira.
Natural de Pelotas e formado no Brasil de Pelotas, Aloísio revela um carinho especial pelo Xavante, atualmente na Série D do Campeonato Brasileiro e enfrentando dificuldades financeiras após uma passagem de nove anos na Série B. "Treinar o Brasil de Pelotas, o clube onde comecei a jogar, seria um grande marco na minha vida", afirma.
Durante sua passagem pelo Barcelona, Aloísio teve a honra de ser escolhido por Cruyff como capitão. "Foi uma sensação muito boa liderar o Barcelona, especialmente como atleta negro", recorda. Essa experiência moldou sua filosofia como treinador, onde ele defende um futebol arte que prioriza a beleza do jogo em detrimento de uma abordagem defensiva, afirmando: "A ideia é jogar um futebol bonito, competitivo e que o torcedor possa apreciar".
A questão da representatividade racial no futebol brasileiro também é uma bandeira levantada por Aloísio. Observando que há poucos técnicos negros nas principais equipes do país, ele deseja não apenas ser um treinador, mas também um porta-voz da negritude no futebol. "Infelizmente, é difícil encontrar um treinador negro fora da África e de alguns países da América do Sul", destacou, citando a importância de aumentar essa representatividade.
A experiência internacional no Porto e na Ucrânia também contribuiu para o crescimento de Aloísio como técnico. Ele recorda momentos inusitados vividos na Ucrânia, onde a guerra entre os dois países trouxe situações tensas, como a presença de drones durante os treinos. Mesmo assim, ele encontrou espaço para focar em sua carreira, renovando sua licença Pro da UEFA e se preparando para novos desafios.
Com a expectativa de retornar ao Brasil e contribuir para o desenvolvimento do futebol na sua cidade natal, Aloísio está determinado a transformar seu sonho em realidade, alinhando sua visão de jogo à necessidade de um novo renascimento no esporte que tanto ama.