Angela Rozmyn, uma residente da área de Seattle, não compra roupas novas há oito anos. Sua jornada começou quando, após se tornar mãe, ela se sentiu sobrecarregada com as compras e decidiu se desafiar a não adquirir nenhum item novo por um ano. Essa decisão a levou a uma reflexão profunda sobre a indústria da moda e o consumismo.
Antes de iniciar o desafio, Angela costumava visitar lojas como uma forma de terapia, uma pausa em meio ao estresse da maternidade. No entanto, comprando sem necessidade, acumulou uma quantidade excessiva de roupas que mal usava. Com um espaço limitado em casa, essa situação se tornou sufocante. "Decidir o que vestir, guardar e limpar era um fardo mental pesado", relata.
A ideia do guarda-roupa cápsula, que incentivava a posse de um pequeno número de peças muito utilizadas, chamou sua atenção, mas Angela não queria descartar rapidamente suas roupas para recomeçar. Ela decidiu, em vez disso, não comprar nada novo, focando em usar o que já tinha e avaliar suas necessidades após um ano.
Nos primeiros meses, sua decisão foi empolgante e motivadora. No entanto, entre o terceiro e o sexto mês, a dificuldade aumentou. Com a pressão positiva de amigos que conheciam seu desafio, Angela se comprometeu a continuar. "Com o tempo, minha mente se adaptou a essa nova realidade e percebi que poderia estender o desafio", diz.
Ao longo desse processo, Angela passou a aceitar roupas de doação e fazer trocas. Com grupos do Facebook voltados para o compartilhamento, ela não apenas reduziu seu armário, mas encontrou uma comunidade disposta a compartilhar. Os encontros de troca de roupas se tornaram uma forma eficaz de manter seu guarda-roupa renovado.
Essa jornada de não comprar roupas transformou sua abordagem sobre o conforto e a satisfação. Em uma viagem, ela esqueceu seu casaco de chuva e ficou molhada, ponderando sobre a compra de um novo. No entanto, decidiu que valer a pena gastar em um item novo não justificava uma experiência isolada. "Aprendi a ser criativa com as peças que tenho", explica Angela.
Com a redução do armário, ela se tornou mais seletiva sobre o que manter, passando de uma mentalidade de escassez para uma de generosidade. Ao receber ou encontrar roupas que não lhe agradavam, Angela sempre oferecia a amigos ou as disponibilizava em trocas antes de considerar a doação a brechós. Ela acredita que a maioria das doações acaba indo parar em aterros sanitários.
Além de substituir o tempo de compra por caminhadas e momentos na natureza com seu cachorro, Angela refez sua noção de autocuidado. "Não é suficiente apenas banir uma atividade; é preciso encontrar novas formas de se cuidar", reflete. Embora tenha recebido algumas doações de roupas íntimas nos primeiros anos, agora já discute abertamente sua escolha de usar peças usadas. Com uma oscilação de peso de 18 kg, ela frequentemente encontrou roupas de segunda mão que se ajustassem melhor a seu corpo em mudança.
Angela não tem um ponto final definido para seu desafio de não comprar roupas novas. Para ela, a intenção é manter a consciência e sustentar esse estilo de vida, considerando fazer compras apenas quando necessário e sempre priorizando lojas sustentáveis e éticas.