John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, está enfrentando uma disputa judicial com a Iconic Sports, fundo de investimento que o ajudou na aquisição do Lyon. A controvérsia surge a partir de um processo que a Iconic abriu nos tribunais ingleses, buscando conseguir o controle da Eagle Football Holdings, empresa do americano.
A Iconic Sports investiu em 2022 na compra do Lyon e, em resposta à sua ação, Textor também acionou judicialmente seus sócios. O pedido da Iconic inclui a transferência de ações de Textor para assumir o controle da empresa, além da remoção dos conselheiros escolhidos por ele.
No dia 22 de julho, Textor pediu uma Ordem de Restrição Temporária (ORT) nos Estados Unidos, visando impedir que a Iconic realizasse ações que poderiam causar danos permanentes à Eagle. Ele alegou que, na ausência da ordem, a Iconic continuaria a reivindicar ser a proprietária da empresa, criando um cenário de incerteza sobre a quem o conselho deveria se reportar.
A equipe jurídica da Eagle expressou preocupações sobre como se comunicar com Textor devido à situação nebulosa em que se encontram, o que também afetou a apresentação de documentos à SEC para a prosseguimento do processo de IPO da companhia.
O pedido de Textor foi atendido, e uma juíza do tribunal americano ordenou que todas as partes envolvidas se reunissem para discutir a situação, estabelecendo que o pedido da Iconic era vago e amplo. A empresa de investimentos alega que a disputa deve ser tratada na Inglaterra, uma vez que os contratos firmados entre as partes especificam essa jurisdição.
Nos bastidores, Textor busca criar uma nova empresa nas Ilhas Cayman, com planos de integrar o Botafogo e o RWDM Brussels ao controle da nova estrutura, evidenciando a tensão entre a estratégia esportiva e as complicações legais atuais.
Contexto da Disputa
Em 2022, Textor utilizou recursos financeiros oriundos de empresas como Ares Management e a Iconic para adquirir o Lyon, dividindo 40% das ações da Eagle entre os investidores. Agora, a Iconic exige que o executivo recompre suas ações por um valor elevado, argumentando que a Eagle adquiriu um clube em situação financeira difícil. Textor discorda, afirmando que sob sua gestão, tanto o Botafogo quanto o Lyon recuperaram a competitividade no cenário esportivo.
Textor defende suas ações afirmando que seu modelo de gestão resultou na recuperação da imagem do Botafogo, que venceu o Paris Saint-Germain no Mundial de Clubes, e em outros títulos pela Libertadores e Campeonato Brasileiro em um curto espaço de tempo. No entanto, ele alerta que mudanças na direção da empresa podem prejudicar sua saúde financeira e de seus acionistas.
Essa disputa, longe de ser apenas uma questão empresarial, reflete a tensão existente no controle de clubes de futebol e o impacto que decisões judiciais podem ter no cenário esportivo atual.