Hoje, Brasil e Estados Unidos enfrentam uma importante jornada financeira, com os dois países revisando suas taxas básicas de juros. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a taxa Selic em 15% ao ano, o maior nível desde 2006. Essa decisão é influenciada pela inflação persistente e uma atividade econômica que supera o potencial.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, preside a reunião que ocorrerá hoje em Brasília. O cenário atual exige uma análise cuidadosa, já que a inflação deve alinhar-se à meta apenas em 2026. Isso tem gerado expectativas no mercado sobre as futuras direções da política monetária.
De acordo com o banco Itaú, o Copom está ciente dos efeitos defasados das políticas monetárias anteriores, que estão em constante evolução. A instabilidade em nível global, especialmente com novas tarifas que afetam diretamente o Brasil, traz incertezas adicionais. A tarifa mais recente, de 50% sobre algumas exportações brasileiras, pode influenciar a apreciação da moeda e a saúde econômica, dificultando cortes de juros.
Embora existam riscos associados à escalada tarifária, o Itaú aponta que isso aumenta as chances de cortes de juros antecipados no futuro. Serão essenciais as deliberações do Copom sobre as perspectivas econômicas, que podem moldar o cenário monetário.
Nos Estados Unidos, a atenção estará voltada para as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e seus votos sobre as taxas de juros. A expectativa é que a taxa permaneça entre 4,25% e 4,50%, mas qualquer sinal de divisão nas opiniões dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) pode indicar uma possibilidade de cortes mais agressivos antes do previsto.
Cerca de uma série de dados econômicos será divulgada antes da próxima reunião do Fed em setembro. Powell pode optar por manter suas opções em aberto, aguardando sinais mais claros sobre a saúde da economia e os ajustes necessários na política monetária.