Estudo revela que 60% dos casos de câncer de fígado são evitáveis
Um novo estudo publicado na revista Lancet destaca um dado alarmante: três em cada cinco casos de câncer de fígado são potencialmente evitáveis. O câncer de fígado é responsável por mais de 700 mil mortes anualmente e, sem intervenções efetivas, esse número pode quase dobrar até 2050, ultrapassando a marca de 1,5 milhão de novos diagnósticos por ano.
Causas principais da doença
A pesquisa indica que as principais causas do câncer de fígado incluem hepatites B e C, doenças hepáticas associadas ao consumo excessivo de álcool e condições metabólicas como a obesidade. A hepatite viral, especialmente nos Estados Unidos, tem sido controlada por meio de vacinas e tratamentos, mas o câncer relacionado ao abuso de álcool e às disfunções metabólicas, como a doença hepática gordurosa não alcoólica (MASLD), estão aumentando de forma preocupante.
Importância do diagnóstico precoce
O médico Brian P. Lee, professor associado de medicina, enfatiza que a maioria dos casos de câncer de fígado é evitável e que o aumento do diagnóstico e tratamento para hepatites deveria ser ampliado. Segundo ele, a cirrose, consequência comum dentre os casos de câncer de fígado, é uma condição que danifica o tecido saudável do fígado, tornando-o incapaz de funcionar normalmente. A prevenção pode começar com um melhor rastreamento desses fatores de risco.
Diretrizes para triagem e prevenção
Ahmed Kaseb, professor de oncologia, reforça que muitas pessoas não se enquadram atualmente nos critérios de triagem, como aquelas que têm MASLD, mas que podem apresentar cicatrizes hepáticas sem sintomas visíveis. Isso sugere que o rastreamento de doenças hepáticas deve começar na atenção primária, onde muitos casos podem passar despercebidos. Mudanças no estilo de vida, como uma alimentação saudável e exercícios regulares, podem ajudar na reversão de condições que levam ao câncer.
Tendências de consumo de álcool e saúde do fígado
Vale destacar que um estudo recente indica que o risco de doenças hepáticas relacionadas ao álcool dobrou em grandes bebedores nos Estados Unidos entre 1999 e 2020, mesmo com níveis semelhantes de consumo. Mudanças na demografia de grandes bebedores, com um aumento no número de mulheres nesse grupo, refletem uma tendência preocupante, já que essas são mais suscetíveis a danos no fígado. Além disso, o aumento da obesidade e diabetes contribui ainda mais para o desenvolvimento de doenças hepáticas.
Conclusão e implicações futuras
Em resumo, as descobertas do estudo ressaltam a necessidade de um monitoramento mais eficaz e precoces intervenções na saúde hepática. A combinação entre hábitos alimentares saudáveis, restrição de consumo de álcool e acompanhamento médico adequado pode ser crucial para reduzir a incidência de câncer de fígado nos próximos anos.