Unificação do Setor Agrícola Contra Cortes da PAC
Comunidades autônomas e representantes do setor agrário estão se unindo com um objetivo claro: impedir os cortes de mais de 20% nas ajudas ao campo e ao desenvolvimento rural propostos pela Comissão Europeia no novo quadro financeiro da Política Agrícola Comum (PAC) para o período de 2028 a 2034. Essa proposta gera grande preocupação entre os agricultores, pois é um impacto significativo, especialmente quando se considera os desafios adicionais como a recente tarifa de 15% sobre todas as exportações comunitárias para os Estados Unidos.
Ameaças ao Setor Agrário e Renacionalização da PAC
Os membros do setor estão alarmados com a perspectiva de que as ajudas agrárias possam ser diluídas em um fundo comum, onde as diferentes alocações orçamentárias estarão sujeitas a trocas. Além disso, a proposta indica que os estados membros gerenciarão seus próprios programas nacionais de até 2027 com uma supervisão comunitária limitada, o que pode levar à renacionalização da PAC. Essa mudança drástica foi criticada pela Associação Agrária de Jovens Agricultores, que afirma que isso afetará a gestão da política agrícola em toda a Europa.
Preocupações do Ministério da Agricultura
O Ministério da Agricultura, Pesca e Alimentação da Espanha já iniciou diálogos com representantes de comunidades autônomas e entidades do setor agrário para estabelecer uma posição firme em relação à PAC pós-2027. O ministro Luis Planas expressou sua preocupação com a disparidade entre as promessas da Comissão Europeia e a realidade enfrentada pelos agricultores, indicando que as expectativas em torno da centralidade do setor agroalimentar não estão sendo cumpridas.
Impacto das Ajudas Comunitárias em Andaluzia
Na Andaluzia, o impacto das ajudas comunitárias é claramente visível, com 582.085 agricultores e pecuaristas que solicitaram as ajudas da PAC este ano, cobrindo cerca de 22,1 milhões de hectares. Ao mesmo tempo, o número de explorações agrícolas solicitantes está diminuindo, mostrando uma tendência preocupante para o futuro da atividade rural na região.
Reação em Outros Estados Espanhóis
Em outras comunidades como Extremadura e Castilla e León, as preocupações giram em torno da possível eliminação de apoio a cultivos importantes, como o tabaco e o vinho, que são fundamentais para a economia local. Donald Hujo, presidente da Asaja em Castilla e León, mencionou as possíveis perdas de 60 milhões de euros anuais com a nova proposta da PAC, garantindo a necessidade de uma resposta coletiva do setor agrário.
Movimento de Resistência de Agricultores
Os líderes do setor agrário de comunidades como Aragón estão promovendo uma resistência forte contra os cortes orçamentários. Isabel Lasobras, secretária geral da Chunta Aragonesista, descreve a situação como um "impacto gravíssimo", e Miguel Padilla, secretário geral de COAG, advertiu que se a proposta não for revista, os agricultores voltarão às estradas em protesto. A pressão aumentará à medida que os agricultores se mobilizam para garantir a continuidade das ajudas essenciais para seus meios de subsistência.