Elon Musk, CEO da Tesla e SpaceX, decidiu destinar US$ 15 milhões entre o PAC de Donald Trump e republicanos do Congresso, mesmo após um desentendimento público com o presidente. Os novos registros federais revelam que em um período de tensão, quando Musk criticou Trump publicamente, o bilionário buscou reconciliação através dessas doações.
O investimento ocorreu após uma série de declarações polêmicas de Musk, que o acusou de estar envolvido em questões ligadas a Jeffrey Epstein. Durante o ano passado, Musk havia se comprometido com o movimento MAGA e a campanha de Trump, contribuindo com um intenso fluxo de recursos para a tentativa de reeleição do ex-presidente. Embora essa estratégia tenha se mostrado eficaz na época, a relação entre os dois se deteriorou consideravelmente.
As contribuições aconteciam em um contexto em que Musk havia deixado o Departamento de Eficiência Governamental em meio a controvérsias, que incluíam desavenças sobre um projeto de lei que impactaria o setor de veículos elétricos, crucial para os negócios da Tesla. A tensão culminou com Musk apresentando um olho roxo em uma aparição pública, supostamente causado por um acidente com seu filho.
As doações de Musk às super PACs — como o Congressional Leadership Fund e o Senate Leadership Fund — foram feitas logo após uma troca de hostilidades com Trump e reafirmaram sua intenção de reparar as fraturas na relação. Contudo, a estratégia não parece ter surtido efeito, já que a proposta de Trump continuou avançando no Congresso, sem ajustes que atendesse aos interesses de Musk.
No ambiente político atual, Musk parece ter perdido influência, especialmente após notícias sobre uma "de-Muskificação" no governo federal. Um especialista próximo à Administração de Serviços Gerais observou que sua presença e impacto na agência se tornaram praticamente nulos.
Adicionalmente, Musk anunciou a criação do "America Party", um novo movimento político que supostamente atuaria contra o establishment republicano. Contudo, pesquisas apontam que a popularidade da ideia é baixa, com apenas 14% da população demonstrando interesse em se juntar a esse novo partido, enquanto 55% têm aversão à proposta de Musk.
Enquanto isso, seus empreendimentos enfrentam desafios como a queda nas vendas da Tesla, que lançou serviços de transporte, mas que ainda não entrega a promessa de um serviço de robô-táxi. Os gastos elevados de Musk nas campanhas, no valor de US$ 300 milhões, contrastam com o retorno fraco de sua influência e aceitação popular, levando a questionar a eficácia da riqueza como solução para problemas políticos.