A seleção brasileira de natação encerrou o Campeonato Mundial em Singapura sem conquistar medalhas, marcando assim sua terceira participação consecutiva sem pódios. O desempenho foi considerado o pior em duas décadas, com atletas enfrentando dificuldades durante as competições específicas. Ao todo, o Brasil disputou apenas duas finais, o maior número desde 2005, e observou um cenário preocupante: dez dos onze atletas registraram tempos inferiores aos alcançados durante as seletivas nacionais.
Destaques e Resultados de Guilherme Caribé
Entre os competidores brasileiros, o baiano Guilherme Caribé se destacou como a principal promessa. O atleta de 22 anos terminou em quarto lugar na final dos 100m livre e fez uma boa apresentação no 50m borboleta, onde ficou em oitavo lugar. Embora tenha se aproximado das finais e obtido seus melhores tempos, ele não conseguiu avançar nas semifinais dos 50m livre. Sua performance, apesar de falhas, foi considerada positiva.
Dificuldades Coletivas e Desempenhos Abaixo do Potencial
O panorama da equipe, no entanto, não foi tão animador. Outros dez atletas não conseguiram atingir suas melhores marcas, com destaque para Stephanie Balduccini e Mafê Costa, que, embora tenham chegado às semifinais nos 200m livre, não corresponderam às expectativas. Guilherme Costa não conseguiu superar seu rendimento anterior nos 400m livre, enquanto Gabi Roncatto e Lorrane Ferreira também não brilharam nas respectivas provas que disputaram. Novatos como Vitor Alcará, Beatriz Bezerra e Letícia Romão tampouco se destacaram e ficaram longe das marcas esperadas.
Fatores que Contribuem para o Desempenho Ruim
A revelação de que a comissão técnica não promoveu um polimento adequado para os atletas também levanta questões sobre a preparação do time. O polimento visa garantir que os nadadores estejam no auge físico durante competições importantes. A realidade encontrada no Mundial destacou um défice de atividade nos meses anteriores, com muitos atletas não competindo o suficiente. Além disso, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) enfrenta uma crise financeira que limita suas opções e compromete o desenvolvimento do esporte no país.
Problemas Estruturais e a Questão do Sistema Clubístico
Outro fator identificado é o atual sistema da natação brasileira, baseado em clubes. Muitos atletas, apesar de cadastrados nessas entidades, não treinam adequadamente. Por exemplo, Caribé e Balduccini, que treinam fora do Brasil. A crise enfrentada pelos clubes compromete a continuidade e o provimento adequado de suporte financeiro aos nadadores e técnicos.
Desafios Futuros e Expectativas para as Olimpíadas
Os resultados do Mundial de 2025 trazem à tona um chamado à mudança dentro da natação brasileira. Os desafios incluem a aposentadoria de atletas importantes e a falta de novos talentos que ainda não explodiram como esperado. Apesar das dificuldades, há uma esperança: as Olimpíadas estão a três anos, o que abre uma janela para reinventar a abordagem e retomar o caminho das conquistas. A comissão técnica tem profissionais de alta qualidade, e o talento dos atletas é indiscutível. Um esforço conjunto poderá mudar o cenário atual, permitindo o ressurgimento do Brasil no esporte aquático.