A mãe e o ex-marido da adolescente Ana Beatriz, que foi assassinada em 2012, foram condenados a mais de 24 anos de prisão em regime fechado, após um novo júri popular na cidade de Praia Grande. O julgamento anterior, realizado em 2023, foi anulado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) devido a falhas técnicas nas gravações.
No fatídico dia em que Ana Beatriz, de apenas 14 anos, teve sua vida ceifada, seu corpo foi encontrado às margens da Via Anchieta, em São Bernardo do Campo, por um caminhoneiro. A mãe da adolescente, Ana Luiza Ferreira, sua companheira Elizabete Fernandes dos Santos, e o ex-marido Carlos José Bento de Souza foram considerados co-autores do crime.
O julgamento que levou à condenação da mãe e do ex-marido ocorreu na última quinta-feira, dia 31, no Fórum de Praia Grande. Apesar da condenação, o processo permanece em segredo de justiça, portanto não há informações confirmadas sobre a situação de Elizabete, que também está envolvida no caso.
Após a anulação do julgamento anterior, que foi considerado bem-sucedido até a descoberta das falhas nas gravações, o novo júri ouvirá novamente depoimentos e avaliará as provas. As novas sentenças foram de 24 anos, 10 meses e 20 dias de prisão para Ana Luiza e 25 anos, 7 meses e 6 dias para Carlos José, ambos por homicídio qualificado, motivado por motivos torpes, o que evidencia a crueldade do crime.
As sentenças do julgamento anterior, realizado em setembro de 2023, eram significativamente mais altas. Ana Luiza havia recebido 27 anos, 2 meses e 20 dias; Elizabete, 20 anos e 8 meses; e Carlos José, 26 anos, 9 meses e 6 dias. No entanto, após apelações e revisões, as penas foram diminuídas. Ana Luiza, por exemplo, teve sua pena reduzida após alegar prescrição para alguns dos crimes.
O crime ocorreu em meio a uma discussão intensa entre Ana Beatriz e Elizabete, que resultou em uma agressão fatal. A mãe da jovem alegou que não conseguiu impedir a briga, e a reconstituição dos fatos, realizada pela polícia, mostrou o comportamento omisso da mãe durante o ato violento.
O ex-marido, Carlos, é acusado de ajudar a ocultar o corpo da adolescente. Durante a reconstituição do crime, a Polícia encontrou evidências que sugerem que o trio pretendia enterrar a jovem em sua própria casa, incluindo roupas queimadas e um cobertor que seria usado para esconder o corpo. Fatos como esses evidenciam a crueldade e a premeditação em relação ao ato violento que tirou a vida de Ana Beatriz.