Barcelona Luta Contra o Turismo Massivo
Nos últimos anos, Barcelona tem implementado diversas medidas para controlar o turismo massivo, a fim de minimizar os impactos negativos na cidade. As ações, que já começaram há mais de uma década, incluem a proibição de novos hotéis e apartamentos turísticos, além de planos futuros que visam evitar um aumento ainda maior no fluxo de visitantes.
Proibição de Novas Acomodações
A primeira ação significativa foi imposta pelo ex-prefeito Xavier Trias em 2014, que vetou novos apartamentos turísticos após um verão conturbado. Desde então, o município também tem limitado a construção de novos hotéis, fechando apartamentos turísticos ilegais e estabelecendo moratórias que impedem o aumento das acomodações no centro da cidade. Atualmente, o número de apartamentos turísticos com licença está fixado em 9.600, e o que se espera é que novas leis proíbam qualquer novo licenciamento até 2028.
Controle e Fiscalização de Apartamentos
A luta contra a Airbnb, gigante do mercado de aluguel de curto prazo, se intensificou, com o fechamento de 6.000 unidades ilegais. O atual prefeito, Jaume Collboni, destaca os desafios de lidar com essa plataforma, exigindo que ela remova anúncios de ofertas ilegais rapidamente. As tensões aumentaram, mas a cidade continua pressionando a empresa por mais colaboração na fiscalização.
Redução de Grupos Turísticos e Espaços de Afluência
Outra medida adotada foi a redução do tamanho dos grupos turísticos em áreas chave, como o mercado La Boqueria e a Rambla. Além disso, oito Espaços de Grande Afluência (EGA) foram instituídos, incluindo locais populares como a Sagrada Família e o Park Güell, onde ações de gestão de visitantes estão em andamento. Apesar dessas iniciativas, muitos moradores consideram as intervenções insuficientes para lidar com a saturação.
Desafios das Infraestruturas Turísticas
A Sagrada Família recebe um fluxo diário cercano a 15.000 visitantes, resultando em um total de aproximadamente 4,7 milhões por ano. As medidas para seu entorno incluem melhorias na área pública, enquanto no Park Güell, que teve 4,4 milhões de visitantes, o aumento nas taxas de entrada sempre gerou discussões entre vizinhos e autoridades.
Impacto Fiscal e de Terminal de Cruzeiros
A cidade está mudando sua abordagem fiscal com relação ao turismo, elevando o preço de entradas em atrações e taxando serviços, que agora representam uma importante fonte de receita. A intenção de reduzir o número de terminais de cruzeiros e a recente nomeação de um comissionado de Turismo demonstram um foco renovado na capacidade de carga da cidade e em como ela pode sustentar um turismo saudável. José Antonio Donaire, o novo comissionado, culpa a política por decidir quantos turistas a cidade pode suportar e buscar soluções do que ele denomina "menu" para uma cidade mais sustentável.