Crescimento Alarmante dos Casos de Estupro em Avaré
Entre janeiro e julho de 2025, Avaré, cidade do interior de São Paulo, registrou um alarmante aumento de 73% nos casos de violência sexual, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP). Foram contabilizadas 38 ocorrências, das quais 27 correspondem a estupros de vulnerável, evidenciando uma triste realidade em que crianças e adolescentes são as principais vítimas.
Perfil das Vítimas e Mudanças no Comportamento
As ocorrências de violência sexual em Avaré não ficam restritas a espaços públicos; muitas aconteceram no ambiente familiar, frequentemente praticadas por conhecidos ou familiares próximos. A delegada Janaína Jacolina Moraes ressalta que esses números podem ser reflexo de uma mudança de postura das vítimas que, encorajadas, buscam ajuda para denunciar abusos que, muitas vezes, ocorreram há anos. "São vítimas que, já adultas, relatam abusos sofridos na adolescência", comentou a delegada.
Contexto Regional e Nacional
O cenário em Avaré ecoa uma tendência observada em toda a região atendida pelo Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter 7). Em 2025, foram registrados 172 casos de estupro na área, um aumento em relação aos 156 casos do ano anterior. No mesmo período, os estupros de vulnerável apresentaram um crescimento de 588 para 633 ocorrências.
Ações de Conscientização e Apoio
Para enfrentar esse aumento, Avaré conta com Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) e 17 unidades da Sala Lilás, que oferecem atendimento humanizado às vítimas. A secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Regiane de Arruda, destaca que campanhas de conscientização estão sendo intensificadas para dialogar com crianças e adolescentes, preparando a rede de atendimento para um possível aumento nas denúncias. "Estamos preparados para uma demanda maior, pois as crianças agora sabem aonde recorrer", afirmou.
Educação e Prevenção são Fundamentais
A defensora pública Rita de Cássia sugere a implementação de educação sexual nas escolas como uma ação essencial para prevenir essa brutalidade. "É urgente que haja políticas educacionais que combatam a violência sexual e mudem padrões culturais nocivos", defende. Foram notadas ligações com tendências nacionais que mostram que este aumento não é um caso isolado.
Impactos Psicológicos nas Vítimas
A psicóloga Ana Letícia chama a atenção para os traumas emocionais que vítimas e seus familiares enfrentam após a violência. A falta de um acolhimento adequado pode levar a problemas como depressão, ansiedade e transtornos de estresse pós-traumático. Ela enfatiza a importância do acompanhamento psicológico no processo de recuperação.
A SSP-SP continua a reforçar a importância das denúncias, que podem ser feitas anonimamente pelas delegacias físicas, pelo número 181 (Disque Denúncia) ou através do aplicativo "Delegacia Eletrônica".