Painel Discute Gestão Eficiente de Resíduos no Acre
Na última terça-feira (19), o auditório da Federação das Indústrias do Acre (Fieac) foi palco do painel "Gestão de Resíduos no Acre", parte da programação do projeto Amazônia Que Eu Quero 2025. O evento reuniu especialistas e autoridades para debater a destinação adequada do lixo produzido nos municípios acreanos, e contou com transmissão ao vivo pelo g1.
O painel abordou a realidade da gestão de resíduos, apresentando possíveis soluções que visam uma destinação mais eficiente e menos prejudicial ao meio ambiente. O facilitador Murilo Lima, da Rede Amazônica Acre, conduziu as discussões, que também incluíram respostas a perguntas da audiência sobre o descarte de lixo e o funcionamento do sistema responsável pelo manejo dos materiais.
Desafios e Propostas de Solução
O coordenador de projetos da Fundação Rede Amazônica, Matheus Aquino, destacou que esta é a quarta edição do "Amazônia Que Eu Quero" e ressaltou a importância do painel para consolidar propostas que serão apresentadas às autoridades locais. "Buscamos gerar e propor soluções para os governantes e gestores municipais. O balanço dessas etapas iniciais é extremamente positivo", afirmou Aquino.
Para Flávia Menezes, diretora da emissora, o aumento da produção de lixo é um desafio crescente. Ela enfatizou a necessidade de debater políticas públicas que conduzam ao descarte correto dos resíduos, destacando a importância dessa troca de ideias entre especialistas e o público.
Inserção de Novas Abordagens na Coleta Seletiva
Kemmil de Araújo Lima, diretor da Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos de Rio Branco, anunciou que a coleta de lixo residencial no município já alcança 100% de cobertura. Ele mencionou a intenção de implementar uma nova abordagem na coleta seletiva, onde o lixo será separado de acordo com o tipo de material. "Estamos desenvolvendo um projeto piloto em dois bairros para incentivar a coleta seletiva", informou Lima.
Encerramento de Lixões em Debate
O engenheiro sanitário Diego Leite expressou sua preocupação com a gestão inadequada de resíduos sólidos, que tem acarretado sérios problemas ambientais e de saúde pública. Ele alertou sobre a urgência em encerrar lixões, como o aterro de inertes de Rio Branco, cuja desativação se iniciou em 2021 e deve se estender até o próximo ano. "O Acre deve se inspirar em estados como Alagoas e Pernambuco, que encontraram soluções eficazes para o encerramento de lixões", acrescentou.
Questões Financeiras como Obstáculo
O secretário de Planejamento do Estado do Acre, Ricardo Brandão, chamou a atenção para os desafios financeiros que dificultam a transição de lixões para métodos alternativos de gestão de resíduos. Ele apontou que é necessário um esforço conjunto entre os governos estadual e federal para garantir os recursos necessários à implementação de soluções adequadas em municípios como Jordão e Santa Rosa do Purus.
Segundo Brandão, o painel foi uma excelente oportunidade para unir esforços entre os vários setores da sociedade na busca por soluções para a gestão de resíduos sólidos. A integração da educação ambiental nas escolas estaduais, em parceria com o Instituto de Meio Ambiente do Acre, foi citada como uma estratégia fundamental para capacitar a população nessa temática.
Iniciativa Amazônia Que Eu Quero
O "Amazônia Que Eu Quero", criado em 2019, objetiva promover a educação política por meio da interação entre os principais agentes e setores da sociedade. O projeto envolve a participação ativa da população e está focado no levantamento de informações com gestores públicos, visando soluções para os desafios enfrentados na região.