Lide: diagnóstico da investigação e prisão de esclarecimentos
Um homem de nacionalidade americana está sob investigação pela Polícia Civil de Santa Catarina por supostamente ter exposto a vida e a saúde de seu filho a perigo. De acordo com o registro oficial, o menino Duncan Edward, de idade não especificada pelo relato inicial, foi encontrado com o pai em Balneário Camboriú, perto da Praia das Conchas, na região do Morro do Careca, após ser dado como desaparecido.
O crime atribuído ao pai, de acordo com o Código Penal, tem previsão de pena de detenção que varia entre três meses e um ano. A autoridade policial descreve que a conduta envolveu expor o menor a situações de risco, mantendo o menino longe de cuidados básicos e de condições adequadas de sobrevivência. O objetivo descrito pelos investigadores é claro: levar o filho para a mata com o propósito de desintoxicá-lo do uso de aparelhos eletrônicos.
Plano revelado: entre idílios de um reality show e a desconexão digital
A delegada Luana Backes afirmou a jornalistas que, segundo o acusado, a ideia era reproduzir um reality show para ensinar o filho a viver na mata. Em suas palavras, a pretensão era recriar o formato de um programa conhecido internacionalmente, intitulado de maneira a demonstrar a sobrevivência sem recursos tecnológicos. "A ideia dele, segundo ele, era reproduzir o Largados e Pelados com o filho. Ele queria ensinar o filho a sobreviver na mata — disse a delegada."
A investigação aponta que os dois passaram por uma experiência de desconexão digital, sem alimento adequado, carregando apenas roupas, uma quantia limitada de dinheiro e sem condições mínimas de higiene ou de água potável. O carro do homem foi localizado no domingo, trancado em uma área de mata próxima à Praia dos Amores, após passar por perícia. Os celulares de pai e filho também foram encontrados previamente no Centro de Balneário Camboriú. Segundo a delegada, na quinta-feira, o suspeito esteve em um shopping com o filho, antes de seguirem para a Estrada da Rainha, onde o carro foi abandonado e eles partiram para o mato.
De acordo com Luana Backes, o casal - no caso, o pai e o filho - abandonou dois telefones caros em uma obra para se desvincular do mundo digital. O objetivo, segundo a polícia, era permanecer desconectados e não ter qualquer dispositivo tecnológico por perto. Em seguida, os dois foram para a mata, permanecendo com apenas a roupa do corpo, a partir de então sob refrigeração e chuva constantes.
O delegado também destacou parte do relato da investigação: o homem afirmou que, em termos alimentares, eles se alimentavam de frutas, como maracujá, e se hospedaram em uma barraca improvisada, construída com pedaços de compensado, com folhas para atuar como colchão. A delegada informou que o homem foi acusado de expor o filho a perigo e assinou termo circunstanciado. O Conselho Tutelar foi acionado para avaliar a vulnerabilidade do adolescente, que, segundo Luana Backes, apresentava sinais de fome e desidratação.
“O menino estava com bastante fome, sede… ele comeu um pedaço de bolo, pão, tomou água logo após ser resgatado pelos bombeiros. Ele está bem cansado também. Eles não tinham tomado banho desde quinta-feira, sem se alimentar direito. Não tinham água potável e pegavam água em torneiras lá”,relatou a investigadora.
Relatos de conhecidos indicaram que Mark Alexander apresentava comportamento incomum nos meses anteriores ao desaparecimento e falava de extraterrestres, meteoros e fim do mundo. Amigos do americano teriam buscado auxílio policial ao perceberem a ausência dele e do filho. Em entrevista à CNN, o Tenente-Coronel Vicente, comandante do 12º Batalhão da PM de Balneário Camboriú, disse que conversas informais com parentes e amigos do investigado revelaram menções frequentes à vida fora da Terra, ao suposto fim do mundo e ao uso de substâncias como cogumelos.
Embora a investigação esteja em andamento, as autoridades destacam que o caso envolve a exposição de uma criança a situações de risco e reconhecem a vulnerabilidade do menor. As informações disponíveis indicam que a procuradoria está monitorando de perto o desenrolar das apurações e que novas manifestações oficiais devem surgir conforme o andamento do inquérito policial. A equipe de reportagem aguarda desdobramentos das autoridades, que continuam a avaliar as circunstâncias de radar, bem como as implicações do comportamento do adulto para a proteção da criança.