Lide: ataque a tiros em ponto de ônibus em Jerusalém Oriental deixa seis mortos e 30 feridos
Um ataque a tiros realizado por dois atiradores em um ponto de ônibus próximo a um cruzamento movimentado em Jerusalém Oriental tirou a vida de seis pessoas e deixou trinta feridas, segundo a polícia local. O episódio ocorreu por volta das 10h15, horário local (4h15 em Brasília), quando o ônibus em que o brasileiro Arieh Shiri, de 77 anos, estava sofreu uma pane e parou na entrada do bairro de Ramot. A área é majoritariamente palestina, parte da cidade ocupada e anexada por Israel.
Ao GLOBO, Shiri descreveu o momento: “Eu não vi os terroristas. Se eu tivesse visto, estaria morto. Foi um caos total. Um barulho inacreditável de tiros, foram mais de 50.”
O incidente aconteceu quando dezenas de passageiros desciam para decidir como seguiriam viagem após o ônibus ter apresentado pane. Segundo a polícia, dois homens chegaram ao cruzamento em um veículo, abriram fogo deliberadamente contra civis que aguardavam no ponto, levando a uma tragédia que marcou o ataque mais mortal em Jerusalém desde 2023.
O ataque ocorreu na Linha Verde, a fronteira entre Israel e os territórios ocupados na Cisjordânia, e o cruzamento em Ramot foi o palco do atentado. A polícia informou que os atiradores chegaram com armas, munição e uma faca, e atiraram contra dezenas de pessoas que esperavam no ponto de ônibus para iniciar o dia.
“Foi um caos total. Um barulho inacreditável de tiros, foram mais de 50,” descreveu Arieh Shiri, que já viajava com destino ao Centro de Jerusalém para pegar um trem.
De acordo com a imprensa local, cinco homens e uma mulher, com idades entre 25 e 79 anos, morreram no local ou logo após os disparos. Nove socorristas reafirmaram a gravidade da cena, com duas vítimas transferidas para hospitais em estado grave. Entre os feridos, havia uma mulher grávida, segundo serviços de emergência.
As identidades eram confirmadas pela mídia local: Yosef David, Levi Itzhak Pash, Ya’akov Pinto e Israel Metzner foram identificados entre as vítimas fatais. As autoridades informaram que as outras duas falecidas morreram no Shaare Zedek (mulher de cerca de 50 anos) e no Hadassah (homem de 57 anos).
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apareceu no local e disse: “Estamos em guerra contra o terrorismo. A guerra continua na Faixa de Gaza e, infelizmente, também em Jerusalém.” A declaração foi recebida como sinal de apoio às ações contra o terrorismo e de continuidade na resposta ao conflito.
“Estamos em guerra contra o terrorismo. A guerra continua na Faixa de Gaza e, infelizmente, também em Jerusalém.”
O presidente israelense, Isaac Herzog, também se manifestou, elogiando os atos de heroísmo de civis e de um militar que se opuseram aos atiradores e ressaltando que essas ações evitaram perdas ainda maiores de vidas inocentes.
O ministro da Defesa, Israel Katz, advertiu sobre “as consequências mais severas e de longo alcance” do ataque, afirmando que as Forças Armadas já estão realizando incursões e prisões na Cisjordânia em resposta ao atentado, segundo informações de veículos de imprensa locais. A tensão segue alta e as autoridades reforçam a vigilância na região.
Relatos de socorristas descrevem uma cena devastadora, com feridos espalhados pela calçada e pela avenida, alguns inconscientes. O enfermeiro Fadi Dekaidek, que participou do resgate, descreveu a operação como extremamente desafiadora e afirmou que a prioridade era levar rapidamente as vítimas para unidades de saúde próximas para atendimento médico.
À escala internacional, a União Europeia condenou o ataque e pediu redução da violência, destacando a necessidade de um cessar-fogo. O porta-voz Anouar el-Anouni afirmou que a UE condena o ataque e reforça a urgência de evitar mais perdas de vida. O presidente francês, Emmanuel Macron, também condenou o atentado, afirmando que a espiral de violência precisa chegar ao fim e que apenas uma solução política poderá restaurar a paz e a estabilidade na região.
O atentado ocorre em um momento de crescente pressão internacional por um cessar-fogo entre Israel e Hamas, com governos europeus manifestando-se de forma institucional ou individual. A cobertura também observa que ataques como este elevam as tensões na região, levando a ações de retaliação e a operações militares em áreas próximas.