Bronze no Mundial frente à Itália
O Brasil ficou com a medalha de bronze no Mundial de vôlei feminino da Tailândia, após perder a semifinal para a Itália em um emocionante 3 a 2, decidido no tie-break. O desembarque no Brasil foi marcado por aplausos à nova geração da equipe e pela postura responsável do treinador Zé Roberto Guimarães, que reconheceu os erros que afastaram o sonho da final.

Cansado após cerca de 30 horas de voo da Tailândia, com escala de sete horas na Turquia, Zé Roberto desembarcou em São Paulo e avaliou o desempenho da equipe e da nova geração.
O treinador, tricampeão olímpico, aproveitou a oportunidade para destacar a entrega das jogadoras brasileiras e, embora satisfeito com o bronze, lamentou os erros que comprometeram a chance de chegar à final.
O sentimento é de orgulho. A gente vem encontrando as pessoas e todos os brasileiros elogiando o que a gente fez no Mundial: a nova geração que está aparecendo, a atitude que essas meninas tiveram durante esse tempo. A gente jogou de igual para igual contra a melhor seleção do mundo, que é a Itália, campeã olímpica. A gente esteve muito perto. Foi um jogo decidido em dois pontos. A gente perdeu o tie-break de 15 a 13 e a gente colocou a Itália numa situação difícil. E depois ganhamos do Japão, menos de 16 horas depois, tendo jogado um 3 a 2 - analisou o treinador tricampeão olímpico.
Sobre a nova geração, Zé Roberto comentou a atuação da líbero Marcelle, que fez sua primeira temporada com a camisa da seleção brasileira e, nas redes sociais, ganhou o apelido de filha da Fabizinha, sendo chamada até de Marcelle Alvim Arruda.
A Marcelle foi muito bem, jogando pela primeira vez contra esse nível de jogadoras. Ela se sentiu muito à vontade e foi abraçada pelas companheiras. A forma como encarou as primeiras competições pelo Brasil foi muito natural. Ela tem que melhorar, mas ela é jovem (23 anos). É um time promissor - elogiou.
A respeito das levantadoras Macris, com 36 anos, e Roberta, com 35, o treinador mostrou preocupação e disse que está atento às categorias de base da seleção e às jovens da Superliga.
Sempre é (uma preocupação). A gente tem algumas levantadoras que estão sendo trabalhadas no Brasil. A gente precisa ver como elas vão se encontrar agora na Superliga, como vão se desenvolver nos seus times. Falei exatamente isso com a equipe: quando a gente vem jogar fora, o nível é muito alto, os times arriscam, mas erram pouco. E as levantadoras: a gente precisa desse desenvolvimento, não tem jeito. Tenho acompanhado a base, algumas muito jovens, elas precisam jogar, precisam mostrar nos seus times da Superliga podem ser convocadas ou convidadas. Estamos próximos dos times de base - contou Zé Roberto.
Em relação às críticas recebidas pela ponteira Júlia Bergmann, principalmente nas redes sociais, o treinador revelou que teve uma conversa particular com ela, mas disse que a culpa pela derrota para a Itália é dele.
A gente conversou, e acho que é uma coisa muito particular. Na realidade, a culpa é minha. Não é Júlia, não é Gabi. Nós tivemos 29 erros, a Itália fez 19. Nós fizemos 22 pontos de bloqueio, a Itália 12 ou 13. Então são coisas que acontecem. Isso faz parte do time, dessa melhora, dessa evolução, passar por esses momentos de dificuldade. Mas a culpa é sempre do treinador - afirmou, aos 71 anos.
Medalhistas de bronze no Mundial da Tailândia — Gabi, Rosamaria, Roberta, Júlia Kudiess, Júlia Bergmann, Macris e Kisy — não voltaram com o grupo para o Brasil e se dividiram em voos para a Europa e a Austrália.
Nesta semana, além de descansar com a família e retomar o trabalho junto ao time de Barueri, Zé Roberto também vai acompanhar o SP Open, torneio WTA 250 que está sendo disputado em São Paulo até o próximo domingo, com transmissão do sportv3.
Sou muito fã da Bia Haddad, da Ana Candiotto, da Ingrid Martins, essas duas que passaram lá no projeto (em Barueri). E é muito legal ver essa garotada subindo, melhorando, evoluindo, e vou estar lá na torcida. A Victória Barros jogou com meu neto (Felipe). A Naná Silva é outra revelação do tênis brasileiro. Vou estar lá na torcida batendo palma - concluiu.
Além disso, Zé Roberto comentou que, mesmo com o Bronze já garantido, o foco permanece na evolução da base e na preparação de novas levantadoras para manter o alto padrão da seleção nos próximos concursos.
