O tetracampeão da Red Bull não aponta um único nome como o melhor da história da Fórmula 1, mas oferece uma visão detalhada sobre os atributos que, na prática, definem o piloto perfeito. Em entrevista ao ge, Verstappen analisou como diferentes aspectos do desempenho podem ser valorizados, mostrando respeito por pilotos que se destacam em cada frente do esporte. A conversa teve como referência um questionário elaborado pelo portal Mundo Deportivo, que enumera sete atributos considerados centrais para avaliar a performance de um piloto.
Atributos que moldam o piloto ideal, segundo Verstappen
Foram listados sete critérios-chave: classificação, ritmo de corrida, inteligência, ultrapassagens, defesa, carisma e mentalidade competitiva. O que emerge é uma visão de que o piloto perfeito não precisa ser o melhor em apenas uma área, mas sim possuir equilíbrio e excelência em várias dimensões do pilotar. O assunto ganhou complexidade ao ser discutido em tom de comparação entre referências a respeitar no decorrer da carreira.
Referências para cada atributo: Alonso e Leclerc como modelos
Ao explicar seus pontos, Verstappen destacou duas referências que, em sua avaliação, representam bem diferentes facetas do esporte. Em relação à classificação, ele mencionou Charles Leclerc como um piloto “muito bom”. Já para ritmo de corrida, destacou Fernando Alonso pela sua capacidade de lutar e manter o ritmo, mesmo em circunstâncias adversas. Em seguida, reforçou a importância da experiência na hora de avaliar a inteligência, indicando Alonso pela bagagem acumulada. Além disso, observou que Leclerc também demonstra competência em ultrapassagens.
“Sempre considerei Charles Leclerc um piloto muito bom na classificação. Em ritmo de corrida, sempre gostei de ver o Fernando, mesmo no passado. Ele é um verdadeiro lutador. Eu gosto muito disso.”
“Inteligência? Eu sempre optaria pela experiência. Então escolheria Fernando Alonso pela experiência dele. Charles Leclerc também é bom em ultrapassagens.”
Defesa e mentalidade: escolhas de referência
Sobre defesa e mentalidade competitiva, Verstappen indicou, de forma categórica, Fernando Alonso como referência para ambos os aspectos. Em suas palavras, o espanhol representa uma combinação de leitura de jogo, posicionamento estratégico e determinação que se traduz em resultados consistentes ao longo de grandes disputas. Em relação ao carisma, o piloto holandês afirmou que não vê uma necessidade clara de citar alguém específico, afirmando que isso não é determinante para conduzir um Fórmula 1.
“Realmente não importa. Não para pilotar um F1.”
Quem seria o melhor da história, de acordo com Verstappen?
Quando o assunto recai sobre o melhor piloto de todos os tempos, Verstappen preferiu manter a cautela. A ideia de apontar um único nome foi recusada: “Para mim, é impossível dizer. Há tantos pilotos excelentes, de diferentes épocas. Acho mais importante simplesmente apreciar todos os bons pilotos que existiram.”
Top cinco melhores da história, segundo Verstappen
Apesar de não indicar um único vencedor entre os grandes, o holandês revelou, em outro momento, a sua lista de cinco grandes da história conforme sua percepção. Na ordem, ele destacaria Michael Schumacher, Ayrton Senna, Fernando Alonso, Lewis Hamilton e Juan Manuel Fangio. Esses nomes aparecem como referências a serem observadas, cada um trazendo uma bagagem e um estilo distintos que moldaram o esporte em suas épocas.
Senna, comparação e legado: o que Verstappen disse
Em uma entrevista anterior ao ge.globo, Verstappen tratou de comparar gerações sem perder o respeito pelo legado de Ayrton Senna. Defendeu a ideia de que é perigoso comparar pilotos entre épocas distintas, porque as condições e os carros mudam radicalmente ao longo do tempo. Disse que Ayrton tinha o seu estilo, que ele próprio reconhece como único, mas que é preciso contextualizar cada era para entender como o piloto se adaptaria hoje.
“Eu sempre acho que é difícil comparar pilotos. Temos que admirar cada um do seu jeito. Cada um tem seu estilo de pilotagem particular. Ayrton tinha o dele. Claro, podemos admirá-los, admirar o estilo de algumas pessoas, como eles correm, como se defendem. Mas não podemos esquecer que cada área do esporte, os carros, são muito diferentes. Vamos dizer que Ayrton pilotava de uma maneira nos anos em que pilotava, se ele pilotasse hoje tenho certeza de que ele pilotaria de um jeito um pouco diferente, porque é preciso se adaptar à nova geração de carros.”
O resumo desta visão é claro: as exigências da Fórmula 1 evoluíram, e comparar pilotos de épocas distintas requer reconhecer esse contexto histórico e técnico. Verstappen reforça a ideia de que o valor de cada ícone permanece, ainda que o cenário técnico tenha passado por transformações far-reaching.
Perspectivas futuras e implicações para a F1
Ao apresentar suas referências, Verstappen não apenas destacou nomes, mas também articulou uma forma de entender o desempenho de alto nível. A fala do piloto aponta para uma leitura de competição que valoriza a soma de atributos, a adaptação a mudanças regulatórias e a capacidade de manter o foco sob pressão. O conteúdo sugere que a Fórmula 1 continua a avançar pela integração de diferentes estilos e experiências, com novas gerações que aprendem com as trajetórias de ícones do passado.
Assim, a discussão sobre quem é o melhor de todos os tempos deixa de ser uma busca por um único herói e se transforma em uma apreciação mais ampla da história da modalidade. Verstappen, ao não escolher um único representante, reforça uma visão de jogo que celebra a diversidade de talentos e a complexidade da competição.