Panorama estratégico antes do Mundial
Bernardinho afirma que o bronze conquistado pela seleção brasileira na Liga das Nações deixou o Brasil mais observado pela concorrência, elevando o nível de cautela dos adversários. O time está posicionado em um grupo difícil, com China, Sérvia e República Tcheca, e, caso avance, medirá forças com o grupo de qualificação formado por Filipinas, Irã, Egito e Tunísia. A estreia nacional ocorre diante da China, em duelo que terá ampla cobertura de veículos de esportes.
Renovação, impacto e foco no Mundial
Segundo o treinador, a Liga das Nações foi um momento de renovação para o time, que atuou sem a maioria dos veteranos, restando apenas Lucarelli como remanescente do time que conquistou o ouro olímpico. A campanha de bronze despertou a atenção de rivais para o Mundial, que se aproxima com equipes buscando manter ou elevar o nível de preparação. Bernardinho reforça que os eventos são distintos e exigem leituras diferentes de cada adversário.
Não tenha dúvida. Estavam olhando o Brasil meio de lado. Hoje, os olhos estão deste tamanho para o Brasil, o que torna o caminho mais complicado e o desafio maior. Estão estudando, marcaram alguns jogadores na reta final da Liga das Nações. É natural. Antes a gente estava colocado de lado, agora, não podemos baixar a guarda porque os caras estão aí, estão chegando de alguma maneira. Com certeza isso alertou o mundo.
Ele observa, ainda, que a preparação para o Mundial não pode ser encarada como uma repetição da Liga das Nações. O torneio mundial exige que as equipes entrem em quadra com o máximo de força, confiando em uma estrutura consolidada e em títulos de ocasião que exigem resposta rápida diante de adversários bem treinados. A percepção do treinador é clara: o Mundial é um desafio distinto, com intensidade elevada e exigência física e tática superior.
Adversários do Grupo H e seus contextos
A China é apresentada como adversário com potencial para complicar qualquer defesa. Bernardinho ressalta a presença de um treinador que já comandou seleções de alto desempenho e que pode criar dificuldades significativas para o Brasil. A China, segundo ele, chega com um ponteiro que atua no exterior e é uma arma importante para o time anfitrião, além de vir com o restante do elenco buscando protagonismo.
A China é perigosa em vários aspectos. Sempre foi um adversário que complicou a nossa vida ao longo da história. Tem um treinador criativo, diferente, que pode criar dificuldades para a gente. A China estava desfalcada de um grande jogador, o ponteiro que atua na liga externa. Ele é muito forte. É um time que vem como franco-atirador.
A Sérvia, por sua tradição, mantém a expectativa de disputar cada confronto de igual para igual, enquanto a República Tcheca é retratada como uma equipe tradicional que, mesmo discreta, já ofereceu resistência em confrontos recentes. O cenário é de equilíbrio, com a certeza de que grandes equipes não estão ausentes da chave, o que impõe respeito e cuidado com cada partida.
A Sérvia joga de igual para igual sempre. A República Tcheca não é tão vista, tão falada. Deu trabalho em décadas passadas, foi um confronto exigente. É uma equipe qualificada e tradicional. É uma chave que os maiores não estão, mas são bons times, contra um bom time do Brasil. Na minha opinião há um equilíbrio, pode haver um perde e ganha. Se houver alguém dominando, espero que sejamos nós.
Mesmo com o potencial de adversários fortes, Bernardinho aponta para um caminho que, à primeira vista, pode parecer favorável, mas que se revela traiçoeiro caso não haja atenção total aos detalhes. Caso o Brasil avance, o cruzamento ocorrerá com o Grupo formador da casa, e o treinador avisa que o Irã representa uma combinação de técnica, disciplina e geração de talentos que exige cautela constante, sobretudo no mata-mata.
O Irã é muito qualificado, técnico, muito bem treinado e tem produzido talentos em diversas gerações. Esses times são como minas vagantes: estoura no seu colo e você fica fora da competição. Nas fases de mata-mata não dá para respirar. Por ser início de trabalho, optamos por jogar mais. Sempre gostei de treinar mais. Essa geração precisa jogar, ganhar rodagem para o Mundial e para eventos maiores.
Ele completa que a Liga das Nações serviu para entender o que precisa ser ajustado, mas o Mundial tem peculiaridades próprias. A compreensão de que o Mundial exige foco contínuo, ajustes táticos e uma performance de alto nível em cada set embasa o argumento de que não haverá espaço para complacência, mesmo com lesões ou contratempos eventuais.
Na Liga das Nações, a ideia era se classificar para a fase final. O foco agora é passar bem a primeira etapa. O formato do Mundial é desafiador e cada etapa exige atenção total. Não vamos ser hipócritas: o caminho não é o mais difícil, mas é perigoso e muito traiçoeiro. Pode gerar no público que não acompanha essa falsa ilusão de que é fácil.
Perspectivas e expectativa de continuidade
Na visão de Bernardinho, o Mundial reserva oportunidades para consolidar o ciclo de preparação do time e ampliar a confiança de uma geração que busca consolidar o desempenho em palcos internacionais. A ideia é manter o foco na primeira fase, avançar com consistência e evitar tropeços que possam comprometer fases subsequentes. O treinador demonstra confiança de que o Brasil pode manter a qualidade apresentada na Liga das Nações, desde que a equipe mantenha a disciplina e a leitura de jogo aperfeiçoadas.
Para além da competição em si, há a ideia de que o desempenho neste Mundial pode redefinir o patamar da equipe no cenário mundial, com impactos sobre a formação de novos talentos, a escolha de estratégias e a expectativa de patrocínio e apoio para ciclos futuros. O comandante brasileiro reconhece que o torneio é uma vitrine e que cada vitória reforça a confiança da equipe, bem como a percepção de que o Brasil está entre as candidatas com potencial de título. A temporada, portanto, gera uma série de possibilidades que vão além do resultado imediato, apontando para implicações de longo prazo para o vôlei brasileiro.*/