O Governo de Minas abriu consultas públicas para dois projetos de travessia multimodal que afetam a região dos lagos Furnas e Mascarenhas de Moraes. A iniciativa prevê a modernização das travessias por balsas no reservatório da Usina de Furnas e a construção de uma ponte entre Cássia e Delfinópolis, localizada no reservatório da Usina Mascarenhas de Moraes. O investimento estimado é de R$ 161 milhões, em parceria com a Eletrobras, que fará a doação das balsas existentes. As consultas ficam abertas até o dia 12 de outubro de 2025, com a expectativa de que os editais sejam lançados ainda neste ano.
Essa ação é coordenada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra). O conjunto de obras visa a modernização e a operação de sete travessias intermunicipais por balsas, distribuídas entre os dois reservatórios. A seguir, as travessias previstas:
Travenções previstas e territórios beneficiados
- Pontal/Penas (entre São João da Barra e Guapé)
- Fernandes (entre Guapé e Cristais)
- Águas Verdes (entre Carmo do Rio Claro e Campo do Meio)
- Fama (entre Fama e Campos Gerais)
- Pontaletes (entre Paraguaçu, Elói Mendes e Três Pontas)
- Mendes (entre Campo Belo e Nepomuceno)
- Itaci (entre Carmo do Rio Claro e Itaci)
Além das travessias, o projeto prevê a construção de uma ponte com 1.280 metros de extensão conectando Cássia e Delfinópolis. A nova infraestrutura deve enfrentar décadas de isolamento na região, facilitando o deslocamento diário de cerca de 780 veículos — representando mais da metade do fluxo atual das travessias na área. De acordo com o governo, a obra tem o potencial de impulsionar o desenvolvimento local, com impactos diretos no agronegócio, no turismo e na economia regional.
O governo enfatiza que a abertura das consultas públicas é o passo anterior à publicação dos editais, prevista para ocorrer ainda em 2025. As audiências públicas, datas e locais serão divulgados pela Seinfra, que coordena o processo, visando incorporar as sugestões da população e dos usuários dos serviços de travessia.
Investimento, parceria e operação
O projeto envolve um investimento estimado de R$ 161 milhões, resultado de uma parceria entre o Governo de Minas e a Eletrobras. A estatal, atual proprietária das balsas, ficará responsável pela doação dos equipamentos para os municípios, contribuindo para reduzir custos e ampliar a capacidade de operação das travessias. Hoje, o serviço é operado pelas próprias prefeituras, que enfrentam limitações técnicas e financeiras; a concessão pretendida pela administração mineira busca superar esse cenário, promovendo maior regularidade e qualidade no serviço.
Em declaração à imprensa, o secretário de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias, Pedro Bruno, ressaltou a importância do processo participativo: “Esse é um momento histórico para Minas Gerais. Com a abertura das consultas públicas, queremos ouvir quem mais entende da realidade local: os moradores e usuários. Esse diálogo é essencial para que o projeto atenda às necessidades reais da população e promova mais segurança, regularidade e conforto.”
Participação popular e próximos passos
Para ampliar a participação, a proposta será debatida em audiências públicas na região, com datas e locais a serem divulgados em breve pela Seinfra. Os cidadãos interessados podem enviar sugestões até o dia 12/10 por meio dos e-mails travessias@infraestrutura.mg.gov.br ou ponte@infraestrutura.mg.gov.br, devidamente identificadas e fundamentadas conforme o Regulamento de Participação em Consulta Pública. Mais detalhes sobre os projetos estão disponíveis no site da Seinfra (Consulta Pública Lago de Furnas e Consulta Pública Ponte Cássia-Delfinópolis) e no portal da Unidade de Parcerias Público-Privadas do Governo de Minas Gerais (abas de transporte aquaviário no Lago de Furnas e ponte Delfinópolis-Cássia).
O conteúdo da consulta e os materiais de referência visam oferecer transparência ao processo, permitindo que a população avalie impactos, benefícios e eventuais riscos associados às concessões e à construção da ponte. A Seinfra esclarece que não haverá alterações no cronograma sem a devida consulta pública e aprovação regulatória.
Implicações para a região e perspectivas futuras
Ao tornar mais eficientes as travessias por balsas e introduzir uma nova ponte entre Delfinópolis e Cássia, o governo projeta ganhos significativos de mobilidade para mais de 300 mil pessoas em 52 municípios. A melhoria da conectividade regional tende a favorecer o agronegócio, o turismo local e a economia de pequenos e médios empreendimentos da região, ampliando oportunidades de emprego e promovendo maior integração entre as cidades ribeirinhas. Além disso, o modelo de concessão busca superar limitações técnicas e financeiras das administrações municipais, oferecendo uma operação mais estável e previsível no longo prazo.
"Esse processo de consulta pública é essencial para que o projeto reflita as necessidades reais da população e garanta segurança, regularidade e conforto na travessia”, afirmou Pedro Bruno.
As autoridades destacam que as audiências públicas e a publicação dos editais são etapas cruciais para o andamento do projeto. Com a participação popular, espera-se que as propostas atendam aos anseios locais, respeitando o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, preservação ambiental e qualidade de vida das comunidades ribeirinhas. Ao final, as perspectivas apontam para um avanço significativo na infraestrutura regional, com reflexos diretos no cotidiano dos moradores e no potencial de expansão setorial na região.
O governo reforça que o conteúdo da consulta pública e os materiais estão disponíveis no portal da Seinfra, bem como no portal da Unidade de Parcerias Público-Privadas do Estado, assegurando total transparência e acesso à informação para todos os interessados.
Com a abertura das consultas, a região aguarda receber sugestões que possam moldar os editais e o desenho final das concessões. O caminho até a licitação envolve uma etapa de avaliação técnica, jurídica e de interesse público, sempre com a participação da comunidade e a supervisão de órgãos reguladores, assegurando que o projeto responda com eficácia às necessidades de quem utiliza as travessias diariamente.