Duas grandes tempestades percorrem o Atlântico Norte em uma proximidade que acende alertas entre autoridades e cientistas: o que se vê é a interação entre Imelda e Humberto, um fenómeno conhecido como Fujiwhara. O efeito, descrito pela primeira vez em mil novecentos vinte e um, pode alterar as trajetórias das tempestades e aumentar a incerteza das previsões.
Imelda, com ventos que podem alcançar cento e quarenta quilômetros por hora, aproxima-se de Bermudas para evoluir para furacão de categoria dois. Humberto, que já foi muito intenso, perdeu força e tornou-se ciclone pós-tropical, porém continua trazendo ventos fortes e ondas que afetam a costa leste dos Estados Unidos. A proximidade entre as duas tempestades gerou a configuração rara do Fujiwhara, com as tempestades girando ao redor de um ponto comum.
Imagem de satélite recente mostra os furacões Imelda e Humberto no Atlântico, destacando a proximidade entre as duas estruturas de tempestade.
O que é o efeito Fujiwhara e por que ele importa
O efeito Fujiwhara ocorre quando ciclones tropicais passam a interagir e girar ao redor de um ponto comum.
Essa interação pode modificar as trajetórias, aumentar a incerteza das previsões e exigir atualização constante dos modelos meteorológicos em serviço de monitoramento.
Imelda e Humberto: proximidade que gera incerteza nas rotas
Autoridades em Bermudas anunciaram medidas preventivas, incluindo o fechamento do aeroporto internacional, suspensão de atividades em escolas e repartições públicas, para que os preparativos sejam concluídos antes da chegada de Imelda. A estimativa de impacto aponta ventos com força de furacão por até seis horas, chuvas intensas e risco de apagões, condições que justificam a atuação preventiva e a comunicação com a população local.
Impactos já sentidos no Caribe e alertas na região
O avanço de Imelda já deixou consequências no Caribe. Em Cuba, deslizamentos causados pelas chuvas provocaram duas mortes na província de Santiago de Cuba e isolaram comunidades em Guantánamo. No Haiti, enchentes atingiram dezenas de localidades, deixaram uma pessoa desaparecida e provocaram perdas agrícolas significativas. Nas Bahamas, escolas permaneceram fechadas em ilhas como New Providence e Grand Bahama após inundações registradas no início da semana.
Este cenário reforça a necessidade de resposta rápida de serviços de emergência e de coordenação entre autoridades locais, regionais e nacionais para mitigar impactos quando tempestades de grande intensidade se aproximam das áreas povoadas.
Perspectivas para a temporada de furacões no Atlântico
A NOAA prevê uma temporada de furacões acima da média para o Atlântico, com até dezoito tempestades nomeadas e pelo menos cinco furacões de grande intensidade. A janela oficial vai de início de junho até o fim de novembro, período em que a atividade de tempestades tropicais é mais comum.
Implicações para o futuro e conclusão
O episódio de Fujiwhara entre Imelda e Humberto destaca como a interação entre furacões pode aumentar a incerteza durante a temporada, exigindo vigilância contínua e comunicação clara com a população exposta. Especialistas ressaltam a importância de manter planos de preparação, com monitoramento constante, atualizações de previsões e cooperação entre autoridades civis, equipes de emergência e organizações internacionais para reduzir danos quando as condições climáticas se tornam ameaçadoras.
