Gloria Pires e sua Nova Jornada como Diretora
O Festival do Rio 2025 está em alta com a estreia de renomadas atrizes como diretoras, destacando Gloria Pires, que aos 62 anos, faz sua estreia por trás das câmeras com o filme "Sexa". A produção aborda a vida de uma mulher de 60 anos, vivida por Pires, que se envolve com um homem mais jovem, enfrentando dilemas familiares e questões de autoestima.
Pires, que também ocupa o papel principal, revela que a decisão de dirigir foi resultado de uma inquietação que a acompanhava por anos. "Dirigir era uma inquietação antiga e, quando esse projeto chegou até mim, senti o clique: ali havia algo que falava diretamente de um lugar que eu estava vivendo, com humor e verdade... Senti que era a hora", declarou a atriz e agora diretora.
Atrações do Festival do Rio 2025
O Festival, que teve início em 2 de outubro, apresenta diversas produções, incluindo outras estreias de atrizes como Camila Márdila, que lança o curta "Sandra". A jovem diretora decide não atuar em seu filme, optando por focar exclusivamente na direção: "Sempre tive esse desejo de fazer minha primeira direção sem eu estar em cena. Nunca pensei a direção como necessariamente um lugar para eu poder me dirigir com descanso desse papel", comentou.
A história de "Sandra" gira em torno de uma mulher que, em um quarto de hotel, descobre que está sendo observada, um enredo que surgiu a partir de experiências pessoais da diretora. Camila, que vê um aumento na presença de atrizes na direção, acredita que isso representa uma nova era no audiovisual, onde as mulheres buscam contar suas próprias histórias.
Juliette Binoche e Kristen Stewart: Novas Voças e Histórias
O festival também conta com a presença de estrelas internacionais. Juliette Binoche, em seu filme de estreia como cineasta, apresenta "In-I in motion", um documentário que revive sua performance artística. "Tive a oportunidade de registrar minha performance e transformá-la em filme, uma ideia que me foi sugerida por Robert Redford", contou Binoche.
Outra participação notável é a de Kristen Stewart, que estreia como diretora com "A cronologia da água", uma adaptação do livro de memórias de Lidia Yuknavitch. Ao contrário de Pires, Stewart optou por não atuar em seu filme, buscando uma relação de maior proximidade com sua atriz principal, Imogen Poots. "Não queria me privar da interação mais legal que um diretor pode ter, que é com sua estrela", afirmou Kristen.
Iniciativas de Outras Atrizes
Dentre outras atrizes em busca de direção, Isis Broken e Tainá Müller se uniram para o documentário "Apolo", que explora a paternidade entre duas pessoas trans e os desafios enfrentados. Isis, que também é a personagem principal, destaca a importância do audiovisual para a construção social e a necessidade de contar histórias que refletem suas vivências.
Tainá, com quase 25 anos de experiência no audiovisual, vê sua estreia como diretora como um retorno às suas raízes. "Sempre acreditei que a minha vontade autoral estava aqui, mas adormecida pelos meus anos de dedicação como atriz. Agora, me permito retornar", declarou. Este crescente movimento de atrizes assumindo a direção é reflexo de um panorama em que mulheres na indústria buscam criar e compartilhar suas narrativas, transformando o cenário do cinema.