O presidente da Novartis Internacional, Patrick Horber, trouxe à tona a relevância do Brasil como um hub de pesquisa para novos medicamentos, especialmente no campo da oncologia e cardiologia. Em uma entrevista exclusiva, Horber reafirmou a importância do país em contribuir com inovações na saúde, enfatizando que a empresa realiza entre 90 a 95 estudos clínicos em solo brasileiro, muito devido à sua diversidade populacional.
Avanços em Medicamentos Inovadores
Horber destacou que a farmacêutica tem um portfólio que se aproxima de 100 novas drogas em desenvolvimento, o que inclui a Zolgensma, um tratamento revolucionário para a Atrofia Muscular Espinhal (AME). Essa terapia de custo elevado, cerca de R$ 7 milhões por dose, é considerada uma alternativa mais acessível a tratamentos convencionais de uso crônico, que podem se prolongar por anos.
Novas Tecnologias e Melhorias no Tratamento
Na entrevista, o executivo revelou que a Novartis se concentra em tratamentos que minimizam os efeitos colaterais, como a nova abordagem de radiação direcionada a células tumorais em vez de tecidos saudáveis, uma evolução significativa em relação à radioterapia tradicional. As pesquisas se estendem por diversas condições, incluindo câncer de próstata, glioblastoma e carcinoma pancreático.
Iniciativas em Doenças Genéticas e Cardiovasculares
Além da oncologia, a farmacêutica busca avançar em tratamentos para doenças cardiovasculares relacionadas à lipoproteína A, um marcador genético que aumenta o risco de eventos cardíacos. A expectativa é de que os resultados dos testes, que devem ser divulgados em breve, apontem para uma redução significativa do risco cardiovascular.
O Mercado Global e Inclusão de Novas Drogas no Brasil
Horber comentou sobre a dificuldade que alguns medicamentos enfrentam no mercado e explicou como o preço é estabelecido, ressaltando que ele reflete o valor que os tratamentos trazem aos pacientes e à sociedade. O executivo acredita que o Brasil tem feito progressos significativos na incorporação de novas tecnologias de saúde, com um tempo médio de aprovação muito competitivo em comparação com outros países.
O Futuro das Pesquisas no País
Com previsão de continuidade nas pesquisas, a Novartis planeja expandir seus estudos no Brasil, acreditando na colaboração com universidades e centros de análise do país. "Todos saem ganhando", afirmou Horber, enfatizando as quatro áreas prioritárias da empresa: oncologia, doenças cardiovasculares, imunologia e neurociência.