Gerardo Werthein anuncia renúncia em momento crítico
O chanceler da Argentina, Gerardo Werthein, apresentou sua renúncia em 21 de outubro de 2025, às vésperas das eleições legislativas importantes para o governo do presidente Javier Milei. A decisão ocorre após a recente derrota do governo na província de Buenos Aires e quando a pressão política aumenta de maneira significativa.
Histórico e contexto da escolha de Werthein
Werthein, que ocupou a função de chanceler por menos de um ano, substituiu Diana Mondino após sua demissão, resultante de um voto favorável contra o embargo dos EUA a Cuba nas Nações Unidas. O ex-embaixador dos Estados Unidos ocupava um papel crucial em um momento em que a Argentina tentava fortalecer suas relações internacionais.
Possíveis sucessores e implicações da saída
A saída de Werthein pode abrir caminho para Nahuel Sotelo, atual Secretário de Culto, que poderia ser o escolhido para assumir o cargo. A mudança é vista como uma resposta às expectativas de mudança no governo nas eleições que se aproximam e pode refletir a pressão interna e externa sobre a administração de Milei.
Pressões do exterior: a ameaça de Trump
Recentemente, o ex-presidente americano Donald Trump fez declarações contundentes, alertando que, caso o partido de Milei, A Liberdade Avança, não vença as eleições, os Estados Unidos poderiam não ser tão generosos com a Argentina. Durante uma visita de Milei a Washington, Trump declarou: “Se ele perder, não seremos generosos com a Argentina.” Esta revelação ressalta as tensões nas relações entre os países, além da pressão exercida sobre a administração atual.
Desafios econômicos e a expectativa eleitoral
O governo de Milei enfrenta um contexto econômico desafiador, com um empréstimo de 20 bilhões de dólares que não conseguiu estabilizar os mercados. A expectativa é que o pleito determine se Milei conseguirá implementar suas reformas radicais, focadas na redução de gastos públicos, algo que pode ser inviável caso seu partido não amplie sua base eleitoral.
Críticas e reações nos EUA sobre a situação argentina
Trump também declarou que ajuda financeira à Argentina é necessária, ressaltando que o país está “lutando pela sobrevivência”. Em uma defesa ardente do governo Milei, comentou sobre a situação crítica da economia argentina, enfatizando sua determinação em ajudar o país em um cenário global problemático. **“Argentina está morrendo; não tem dinheiro, não tem nada,”** afirmou Trump, no contexto das crescentes dificuldades financeiras enfrentadas pelo governo argentino.
Nas últimas semanas, a Argentina gastou mais de 1 bilhão de dólares para manter a estabilidade da moeda local, numa estratégia considerada insustentável pela maioria dos economistas. Essa realidade leva a uma pressão cada vez maior sobre o governo atual e sua capacidade de governar caso perca apoio nas eleições. Além disso, Trump sugeriu intervir na importação de carne bovina da Argentina, buscando aliviar a alta dos preços nos EUA, evidenciando a complexidade das relações comerciais entre os dois países.