Paz ou Interesses Pessoais?
Donald Trump, autodenominado pacifista, procura conquistar o Nobel da Paz, alegando ter resolvido oito guerras e se oferecendo para mediar o conflito na Ucrânia. Sua interpretação de paz é governada por suas ambições pessoais e suas estratégias geopolíticas, desconsiderando a Pax Americana estabelecida por seus predecessores desde a Segunda Guerra Mundial.
A Estrategia de Trump
Ao se candidatar ao Nobel da Paz, Trump clama ter “solucionado oito guerras” e se posiciona como a solução para o conflito na Ucrânia. Seu plano de paz para Gaza nomeia-o como CEO de um Conselho da Paz, um papel que encontra espaço em meio à retórica de um autoproclamado pacifista em tempos de conflitos intensos.
Referências Históricas do Pacifismo
O pacifismo, um conceito que remete a figuras como Gandhi e ao movimento hippie, é frequentemente reverenciado. Bertrand Russell, renomado pacifista, se opôs à Grande Guerra e, antes da Segunda Guerra Mundial, questionou o rearmamento britânico. O historiador George Orwell também considerou que a propaganda pacifista pode, por vezes, se resumir a equiparar os males de ambos os lados em um conflito.
Retórica Pacifista na Política
Em um contexto político, líderes como Chamberlain e Lula utilizam retórica pacifista para alcançar objetivos políticos. O frágil cessar-fogo em Gaza é um reflexo de um complexo roteiro diplomático visando a autodeterminação palestina. Entretanto, Trump, em sua busca por um plano de paz, parece mais interessado em sua própria imagem e nos interesses dos EUA do que em uma verdadeira resolução de conflitos.
O Paradigma do Século XIX
Trump ignora a Pax Americana, adotando um paradigma do século XIX que divide o mundo em esferas de influência das grandes potências. Para ele, a guerra na Ucrânia é vista como uma guerra civil em “Grande Rússia”, a ser resolvida por uma capitulação honrosa. Essa visão ignora as realidades do nacionalismo e da defesa da soberania nacional ucraniana.
Desafios da Missão de Paz de Trump
A missão pacifista de Trump enfrenta diversos obstáculos: a persistente resistência russa e ucraniana, e a posição dos aliados europeus contra o chamado neoimperialismo. Já tentou várias ações, como pressionar Zelensky e fazer concessões a Putin, mas seu papel como pacifista se torna inconsistente diante das realidades atuais do conflito.
Implicações do Nacionalismo no Pacifismo
Samuel Johnson defendeu que o nacionalismo é o "último refúgio do canalha", uma afirmação que se pode adaptar ao contexto do pacifismo quando usado para justificar ações políticas. Assim, não se deve considerar Trump um verdadeiro pacifista, mas sim um manipulador das narrativas em prol de suas ambições pessoais.