Operação Letal Supera Recordes
O número de mortos em uma operação policial no Rio de Janeiro alcançou a alarmante cifra de 121, tornando-se a ação mais letal da história do estado, superando até mesmo o massacre do Carandiru em São Paulo, que registrou 111 mortos. A operação, que ocorreu em áreas densamente povoadas da Penha e do Alemão, teve como alvo a facção Comando Vermelho e provocou a criação do Escritório de Combate ao Crime Organizado, uma medida conjunta dos governos federal e estadual.
Detalhes da Operação Fatal
Na última terça-feira, 28 de março, um confronto resultou em 64 mortes, mas o número aumentou rapidamente após a descoberta de mais corpos na quarta-feira, 29. Os moradores, em busca de parentes desaparecidos, se depararam com a realidade cruel da operação, que é considerada um marco na guerra contra o tráfico de drogas nas favelas cariocas. O governador Cláudio Castro descreveu a megacampanha como um "sucesso", enfatizando que as únicas "vítimas" foram os policiais, que sofreram perdas durante a ação.
Imagens da Tragédia e Reações da Comunidade
A cena em frente à Praça São Lucas, onde corpos foram levados, causou profunda comoção entre os familiares. Uma mulher desesperada clamou: "Cadê o meu filho?". As autoridades alegaram que a operação, que durou dois meses para ser planejada, foi eficaz em desmantelar a estrutura do Comando Vermelho, considerada a maior perda desta facção desde sua fundação na década de 1970.
Estratégias e Defensivas das Autoridades
De acordo com os relatos das autoridades, uma estratégia empregada foi a formação de um "muro" de agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), bloqueando as rotas de fuga dos traficantes. O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, declarou que a operação causou um baque considerável na organização criminosa, resultando na apreensão de armas, drogas e na prisão de 113 indivíduos. A abordagem da operação visava minimizar o impacto sobre civis inocentes, embora a letalidade fosse alta e prevista.
Controvérsias e Investigação em Andamento
Apesar da justificativa das autoridades de que todos os civis mortos estavam envolvidos com o crime, a sadia reação da população gerou questionamentos. O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, ressaltou que a alta letalidade era uma expectativa, embora não desejada. Os moradores e especialistas, como a médica Maria Sampaio, relataram não terem encontrado feridos, apenas corpos em estado avançado de decomposição.
Demandas por Transparência Judicial
Na quarta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, exigiu do governador Cláudio Castro informações detalhadas sobre a operação, no contexto da ADPF 635 que aborda a letalidade policial nas favelas. Essa intervenção judicial reflete a crescente pressão para que o estado responda por suas ações em operações policiais que resultam em tais altos índices de mortalidade.