Josenilda Barbosa Soares, conhecida como Nilda, natural de Teotonio Vilela, Alagoas, lançou a primeiríssima Cartilha Alagoana de Educação Quilombola na 11ª Bienal Internacional do Livro. O evento ocorrerá no estande da SECULT, às 17 horas do sábado, 1º de novembro, data que coincide com o Dia de Todos os Santos.
Nilda é uma educadora da rede municipal que se comprometeu a compartilhar saberes negros e a valorizar as comunidades quilombolas de Birros e Abobreiras. Sua luta contra o racismo e a invisibilidade dos quilombos se torna ainda mais relevante em um contexto onde a conscientização humanitária sobre a questão parece escassa.
Ao longo de sua trajetória, Nilda tem se dedicado a estudos e pesquisas com o objetivo de desenvolver um documento que sirva de guia para a educação quilombola. Essa cartilha foi construída a partir de escutas ativas nas comunidades, priorizando o protagonismo das mulheres e ressaltando a importância dos saberes locais e sua conexão com a cultura afro-brasileira.
O processo para a criação da cartilha não foi simples. Enfrentando diversos desafios, Nilda costurou suas experiências com respeito às tradições existentes nas comunidades quilombolas, resultando na "Cartilha com Orientações Curriculares e Pedagógicas". Este documento busca direcionar a política de educação quilombola e é um marco importante para a valorização da educação inclusiva na região.
A importância da educação quilombola vai além da mera inclusão acadêmica; ela se refere a um reconhecimento e valorização das culturas afro-brasileiras, promovendo um espaço de igualdade e respeito para as comunidades em um contexto muitas vezes adverso.
O lançamento da cartilha é não apenas um momento de celebração, mas também um ato de resistência e afirmação identitária. Assim, a professora Nilda se insere na luta contínua por justiça social e valorização dos saberes ancestrais, envolvendo a todos em uma reflexão sobre a diversidade cultural no Brasil.