O príncipe Andrew, filho da rainha Elizabeth II, recebeu a ordem do rei Charles III para deixar o Royal Lodge, uma icônica mansão em Windsor, após sua perda de honrarias relacionadas ao escândalo sexual envolvendo Jeffrey Epstein. A decisão do monarca, marcada para o início de novembro de 2025, simboliza a nova fase da derrocada do duque de York, que é forçado a abandonar a residência em que vive desde 2003.
O Royal Lodge, com seus 30 quartos, possui uma rica história ligada à monarquia britânica e está situado no Windsor Great Park, a oeste de Londres. Segundo a CNN, o Palácio de Buckingham já notificou Andrew sobre o fim do contrato de arrendamento da propriedade, que é administrada pela Crown Estate, responsável pelos bens da Coroa. O ex-príncipe deverá se mudar para uma residência na propriedade real de Sandringham.
Essa mudança representa mais um golpe na reputação de Andrew, que tem enfrentado uma queda significativa desde o início do escândalo. O Royal Lodge possui uma história profunda dentro da família real, datando do século XVII, e foi reformado diversas vezes, especialmente no início dos anos 1800, quando George IV o transformou em um retiro de caça.
Durante sua infância, a jovem princesa Elizabeth viveu parte de seus primeiros anos no Royal Lodge com seus pais, os duques de York. Com o tempo, a propriedade se tornou um símbolo da continuidade da monarquia e abrigou a Rainha Mãe até sua morte, em 2002. Andrew obteve o arrendamento do Royal Lodge em 2003, assumindo todas as responsabilidades pela manutenção do local.
Além de Andrew, Sarah Ferguson, sua ex-esposa, também reside na mansão, que se tornou um palco para eventos familiares, como os casamentos das filhas do casal, as princesas Beatrice e Eugenie.
Um dos encantos notáveis do terreno é Y Bwthyn Bach, uma pequena casa em estilo galês, presenteada ao então princesa Elizabeth em seu sexto aniversário. Este espaço encantador, que permanece como um refúgio lúdico para crianças reais, foi restaurado sob a supervisão de Beatrice. Ao longo dos anos, Andrew fez diversas reformas na propriedade, recebendo as aprovações necessárias do Conselho Real de Windsor Maidenhead.
A decisão de Charles III de retirar as honrarias de Andrew e os privilégios associados às residências reais está diretamente ligada à controversa história envolvendo Jeffrey Epstein. Em 2015, Virginia Giuffre alegou ter sido forçada a manter relações com Andrew, o que acabou levando o príncipe a firmar um acordo judicial nos Estados Unidos. Em 2019, pressionado por aliados e pela própria pressão pública, Andrew abandonou suas funções oficiais e renunciou a diversos títulos honoríficos, embora permaneça na linha de sucessão ao trono, atualmente no oitavo lugar.
Historicamente, a punição a membros da realeza é rara; a última vez que isso ocorreu foi com Charles Edward, neto da rainha Vitória, há mais de um século, quando ele foi destituído por lutar ao lado da Alemanha na Primeira Guerra Mundial. A decisão de Charles III, portanto, carrega um peso simbólico e histórico. Em uma nota oficial, o Palácio de Buckingham expressou condolências e apoio às vítimas de todas as formas de abuso, afirmando que seus pensamentos estão com elas e continuarão a estar.