A monarquia britânica enfrenta novos desafios com a destituição do príncipe Andrew, decidiu o rei Charles III. O escândalo mediático envolvendo Andrew Mountbatten-Windsor e o financista Jeffrey Epstein, acusado de abusos sexuais, culminou na perda de seus títulos reais e em sua expulsão da mansão real em Windsor. Embora a decisão seja considerada histórica, as críticas a Andrew continuam a repercutir, levando a uma crise de confiança na família real.
A pressão sobre a monarquia aumentou significativamente nas últimas semanas, especialmente após o lançamento do livro póstumo de memórias de Virginia Giuffre, uma das vítimas que acusou Andrew de abuso sexual. A família Giuffre expressou satisfação com a destituição, que ocorre após um acordo milionário entre Andrew e Virginia, que se suicidou em abril deste ano. Documentos recentes e fotos reveladoras complicaram ainda mais a situação, remexendo questões sobre o envolvimento de Andrew com Epstein e suas conexões com outros figura condenadas, como Ghislaine Maxwell.
Os eventos mais recentes direcionaram a atenção do público e da mídia para o comportamento de Andrew, forçando o rei Charles III a agir. Em um cenário onde até mesmo a visita do monarca ao Vaticano foi ofuscada pelas controvérsias, a necessidade de uma resposta decisiva se fez iminente. Durante uma aparição pública, o rei se deparou com questionamentos diretos sobre a responsabilidade da família real no caso, sem obter uma resposta clara, o que intensificou a insatisfação popular.
Após renunciar a vários títulos em outubro, Andrew agora deixa de ser príncipe. A Royal Lodge, sua residência oficial por 20 anos, também lhe foi retirada. O Palácio de Buckingham enfatizou que a decisão visa enviar uma mensagem clara, expressando solidariedade com as vítimas de abuso. A mudança, que pode parecer simbólica a muitos, é um esforço de Charles III para estabilizar a monarquia, especialmente considerando que seu reinado pode ser mais curto do que o da rainha Elizabeth II.
Políticos britânicos, como o primeiro-ministro Keir Starmer, apoiaram a decisão, e pesquisas mostram que a maioria da população aprova a retirada dos títulos de Andrew. Contudo, há uma crescente sensação de que ações mais significativas ainda são necessárias para restaurar a confiança pública. Historicamente, a rainha Elizabeth II e o restante da família real evitaram tomar medidas diretas contra Andrew.
Criticas continuaram, com grupos antimonarquistas argumentando que meramente remover títulos não é o suficiente diante de acusações sérias de crimes. Graham Smith, do grupo Republic, exigiu que Andrew seja investigado e tratado como qualquer cidadão comum. A medida da transição de Andrew para uma nova propriedade em Sandringham, igualmente ostentosa, foi questionada, levantando dúvidas sobre a eficácia das punições simbólicas. Mesmo com a perda do título, Andrew permanece na linha de sucessão ao trono britânico, complicando ainda mais a percepção pública sobre a responsabilidade e as consequências dentro da família real.
A pressão agora recai sobre o rei Charles III e seu futuro, sendo necessário garantir que a monarquia seja percebida como uma instituição que responde e se reforma em vez de permanecer enclausurada em escândalos que podem ameaçar sua continuidade.