Estudos indicam que uma dieta rica em fibras pode ser uma alavanca importante para a saúde intestinal e a prevenção do câncer. A Dr. Susan Bullman, pesquisadora associada do MD Anderson Cancer Center, ressalta a ligação entre esses fatores, especialmente com o aumento das taxas de câncer colorretal entre pessoas com menos de 45 anos. Apesar de muitos desses pacientes serem saudáveis e se exercitarem regularmente, a Dr. Bullman observa que a exposição a alimentos ultraprocessados está afetando negativamente a qualidade de suas dietas.
A Dr. Bullman aponta que esses produtos, frequentemente baixos em nutrientes essenciais, podem distrair a produção de muco protetor no intestino, permitindo a entrada de micróbios prejudiciais na corrente sanguínea. "Com o tempo, isso pode levar à inflamação e ao crescimento de tumores cancerígenos", explica a pesquisadora. Para evitar essas armadilhas, ela sugere um foco em alimentos ricos em fibras, como lentilhas e feijões, que alimentam as bactérias benéficas do intestino e reduzem o risco de câncer colorretal e oral.
Uma mudança simples, como começar o dia com uma porção de aveia e frutas, pode prevenir problemas a longo prazo. Segundo a USDA, o consumo diário recomendado de fibras é de 25 gramas para mulheres e 38 para homens, mas a maioria dos americanos consome menos de 10 gramas por dia. A Dr. Bullman costuma adicionar framboesas e outras frutas à sua aveia matinal, totalizando cerca de 12 gramas de fibra em uma única refeição. Ela também recomenda peras, que são uma das frutas mais ricas em fibra.
A fonte de proteína é outro aspecto que a Dr. Bullman monitora de perto. Em vez de recorrer a produtos como barras de proteína, que podem ser ultraprocessados e com ingredientes artificiais, ela opta por proteínas inteiras, como frango grelhado, sempre acompanhados de vegetais. "Você vê coisas como cereais e massas superproteicas e pensa que são saudáveis, mas nem sempre são", afirma.
Na hora do almoço, ela pode preparar uma salada de frango com chia ou sementes de abóbora, adicionando assim mais fibra e proteína à sua dieta. Durante o jantar, ela tenta equilibrar sua refeição com uma porção de proteína do tamanho de um punho, como frango grelhado ou carne, além de vegetais fibrosos e grãos integrais, seguindo a linha da dieta mediterrânea.
Outro componente essencial da dieta da Dr. Bullman é a inclusão de alimentos fermentados, ricos em probióticos, que fortalecem o microbioma intestinal. Em vez de utilizar leite comum em seus smoothies, ela prefere kefir, um produto lácteo fermentado. A pesquisadora enfatiza a importância de selecionar kefir que contenha uma variedade de micróbios: "Você não quer apenas um micróbio, mas uma comunidade dele".