A escritora Ana Maria Gonçalves tomou posse na Academia Brasileira de Letras (ABL) nesta sexta-feira, 7, pela cadeira 33, sucedendo Evanildo Bechara, falecido em maio deste ano. Com 54 anos, Gonçalves é a 13ª mulher eleita para a ABL e obteve 30 dos 31 votos possíveis, tornando-se a acadêmica mais jovem a ser eleita.
A cerimônia, que ocorreu no Petit Trianon, sede da ABL, contou com a presença de ilustres convidados, como Lázaro Ramos, Humberto Carrão, Antônio Pitanga e Conceição Evaristo. A recepção ficou por conta da acadêmica Lilia Schwarcz, enquanto o colar foi entregue por Ana Maria Machado e o diploma pelo renomado Gilberto Gil. A cerimônia seguiu com comissões específicas formadas por acadêmicos para conduzir a entrada e a saída da nova membro da ABL.
“Ao mesmo tempo que é motivo de comemoração, é motivo para pensar por que só agora. Por que demorou 128 anos para que uma mulher negra, em uma cadeia de tantas outras, não estiveram”, refletiu Ana Maria Gonçalves, expressando o desejo de abrir mais portas para futuras gerações. Ela mencionou ainda o simbolismo de seu fardão, que foi confeccionado pela Portela, ressaltando a importância de trazer a literatura para espaços que normalmente não a acolhem.
Ao final da cerimônia, um jantar elegante foi preparado para 300 pessoas, apresentando um menu africano. O evento também contará com a apresentação de um grupo musical que percorrerá as ruas do centro do Rio de Janeiro, animando a celebração após a posse. Ana Maria Gonçalves não apenas celebra sua vitória pessoal, mas também a trajetória de seus ancestrais e o impacto que essa conquista pode ter na literatura brasileira.