Arthur Davi, um bebê de seis meses diagnosticado com uma rara síndrome, recebeu ajuda financeira e emocional significativa da comunidade do Juventude e do jogador Nenê. Após passar por duas cirurgias complexas e uma internação de 48 horas na UTI, Arthur agora retorna para sua casa em Caxias do Sul, deixando para trás um período desafiador no hospital em São Paulo.
A história comovente de Arthur começou quando, ainda na gestação, sua mãe, Camila de Campos de Lima, descobriu que ele tinha Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo, uma condição severa que impede o coração de bombear sangue oxigenado de forma adequada. Desde então, a família enfrentou um verdadeiro desafio, ouvindo dos médicos que as chances de sobrevivência do bebê eram inferior a 1%. "O médico apavorou a gente, porque aqui na nossa cidade não tem tratamento", relatou Camila.
Determinada a salvar seu filho, a família buscou apoio e informações, até encontrar outro casal que havia enfrentado a mesma situação. Esse casal indicou um hospital em São Paulo, onde médicos ofereceram 92% de chance de vida. Com esse novo ânimo, Camila deixou seu trabalho como dentista e foi para a capital paulista, enquanto Mauricio, seu esposo, continuou trabalhando em Caxias do Sul.
Arthur passou os primeiros quatro meses de vida hospitalizado, onde foram realizadas duas cirurgias. A primeira cirurgia teve duração de 12 horas e uma recuperação complexa e a segunda focou na reconstrução das veias. Camila menciona que o tratamento total custaria mais de R$ 3 milhões. Para cobrir parte dos custos, a família se viu obrigada a entrar com um processo judicial, enfrentando uma dívida de R$ 600 mil até o presente momento.
Foi nesse cenário desafiador que o Juventude entrou em cena. Mauricio, torcedor fervoroso do clube, pediu ajuda e a mobilização iniciou. O fotógrafo Fernando Alves foi um dos primeiros a responder, e a equipe de marketing do Juventude se engajou na causa. A publicidade de uma rifa, que incluía uma camisa autografada do clube, angariou apoio massivo da torcida. Camila afirmou que a divulgação nas redes sociais impulsionou as vendas, e destaca a importante participação de Nenê, que comprou um número significativo de rifas e, por sorte, foi premiado. "Ele foi super atencioso e até hoje mantém contato com a gente", acrescentou Mauricio.
Após quatro meses, Arthur finalmente pôde voltar para casa, onde recebeu uma recepção calorosa organizada pelo Juventude no aeroporto. Camila declarou que o momento mais feliz de suas vidas foi retornar para o lar, que antes parecia um sonho distante. Contudo, os desafios não terminaram. Arthur ainda precisará de acompanhamento médico contínuo e outra cirurgia está prevista para quando ele completar quatro anos.
Atualmente, enquanto desfrutam de momentos com seu filho em casa, Camila e Mauricio estão determinados a usar sua experiência para conscientizar outras famílias sobre a síndrome e oferecer apoio àqueles que enfrentam a mesma dificuldade. A luta de Arthur e sua família é um poderoso lembrete de esperança e solidariedade, mostrando que, às vezes, as maiores vitórias vão além das quatro linhas do campo.