O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta terça-feira (11) a suspensão do envio de informações de inteligência aos Estados Unidos, em resposta aos recentes ataques a barcos no Caribe. Petro afirmou que a suspensão permanecerá enquanto os EUA continuarem a realizar essas operações, que justificam como combate ao narcotráfico na região.
Em um comunicado publicado em uma rede social, o presidente colombiano deixou claro que a medida se aplica a todos os níveis de inteligência da força pública. Ele destacou a necessidade de subordinar a luta contra as drogas aos direitos humanos dos povos caribenhos, indicando uma crítica contundente à maneira como as operações estão sendo conduzidas.
A relação entre Colômbia e Estados Unidos vem se deteriorando nas últimas semanas. Gustavo Petro, além de suspender as comunicações de inteligência, tem criticado abertamente as operações americanas no Caribe. Ele chegou a acusar o governo de Donald Trump de assassinato, aumentando a tensão entre ambos os países.
Na mesma data, a emissora CNN informou que o Reino Unido também decidiu suspender parcialmente o compartilhamento de informações de inteligência relacionado ao Caribe, indicando uma possível mudança na postura internacional sobre o tema. Petro, ao anunciar sua decisão, compartilhou esta reportagem, sugerindo apoio a posturas semelhantes de outros países.
O clima de desentendimentos intensificou-se após Trump chamar Petro de traficante de drogas ilegal em uma rede social, acusando o presidente colombiano de não fazer o suficiente para conter a produção de entorpecentes e alegando que o tráfico se tornou uma grande indústria na Colômbia. Trump também alertou Petro que “é melhor encerrar” as operações de drogas “ou os Estados Unidos as encerrarão por ele, e não será feito de forma gentil”.
Além disso, é importante destacar que, em setembro, os EUA revogaram o visto do presidente colombiano após ele participar de uma manifestação pró-Palestina em Nova York, onde pediu que soldados norte-americanos desobedecessem às ordens de Trump. Esse episódio também contribuiu para o esfriamento das relações bilaterais, evidenciando um momento crítico na diplomacia entre Colômbia e EUA.