Pastora Vega mostra otimismo e renovação ao viver solteira
A atriz Pastora Vega, aos 65 anos, retorna aos palcos com a peça Género de Dúvidas, uma comédia que explora os segredos dentro das relações amorosas. Nesta fase de sua vida, ela revela estar vivendo seu melhor momento pessoal e profissional, apesar das dificuldades que mulheres da sua idade enfrentam na indústria teatral.
Com sua presença inconfundível, Pastora sempre foi uma figura marcante, desde seu início na televisão anos 80. Em sua nova peça, ela interpreta a esposa de um político interpretado por Pablo Carbonell, e anseia pela reação do público ao tema da comédia.
Em uma entrevista reflexiva, ela recorda seus 20 anos de carreira desde sua última aparição à imprensa e comenta sobre a mudança de percepções sobre a maternidade e o envelhecimento: "Hoje, a idade de 41 anos é vista como apenas o começo para muitas mulheres." Segundo ela, "estamos em um novo planeta", onde as mulheres são mais valorizadas e as percepções sobre a maternidade e o envelhecimento vêm se transformando positivamente.
Vega não perdeu a oportunidade de mencionar que seu ex-marido, Imanol Arias, também está em cartaz, levantando questões sobre a sincronia entre suas vidas profissionais. Ela se sente motivada em contar histórias de mulheres maduras, ressaltando a importância dos relacionamentos e como eles evoluíram no tempo.
"O que significa a verdadeira parceria como um sistema?", questiona Vega, refletindo sobre o papel das relações na busca pela felicidade. Para ela, essa expectativa social vem mudando rapidamente.
Com várias relações amorosas em sua vida, ela admite: "Por primeira vez, estou desfrutando de viver solteira". Ela observa que a sociedade muitas vezes pinta uma imagem negativa da mulher solteira, um estigma que ela mesma desmistifica ao escolher priorizar seu bem-estar pessoal e sua carreira.
"A pressão sobre as mulheres em relação à maternidade ou ao casamento é cada vez mais visível, mas também há um movimento crescente de desmistificação disso", diz Vega. Ao lado de suas reflexões, ela também critica a visão machista que ainda está presente em muitos aspectos da sociedade, questionando como esse padrão afeta a autoestima das mulheres.
Sobre como a relação com seus filhos, que crescem em um mundo diverso, tem se moldado, ela acredita que eles também estão adaptando suas visões sobre gênero e relações interpessoais. No entanto, a atriz alertou sobre as tendências reacionárias que permeiam os tempos atuais, como os discursos de figuras públicas que muitas vezes reforçam o machismo.
O estado de espírito de Pastora é de gratidão. "Sinto-me apreciada pela vida e quero saborear cada segundo dessa fase. Estou ansiosa para aproveitar essa década e meu trabalho", declarou com entusiasmo.
Por outro lado, a veterana do teatro compartilha que, antes de cada estreia, sente um certo nervosismo, mas que isso é natural após tantos anos de carreira. "Nossa profissão reflete a vida, e quanto mais vivemos, mais podemos nos expressar com profundidade", explica.
Ela também acredita que as experiências difíceis a tornaram uma atriz melhor: "A vida não é linear; aprender a equilibrar os altos e baixos é fundamental". Pastora enfatiza que, apesar das dores emocionais que vêm com a idade, ela se considera uma sortuda por não ter passado por dificuldades extremas.
Sobre a aparência e os padrões de beleza que as mulheres enfrentam, ela fala sobre as pressões para manter-se jovem. "É um desafio, mas tenho me perguntado se esse esforço é realmente necessário. O que importa é como me sinto comigo mesma, insisto".
No final da entrevista, Pastora enfatizou a necessidade de continuar a conversa sobre igualdade e a importância de se sentir bem consigo mesma: "Mulheres devem se sentir à vontade para ser quem são, sem se preocupar com julgamentos". E assim, no teatro Infanta Isabel, ela se prepara para apresentar uma nova face de sua arte e a beleza de sua vida de atriz aos 65 anos.
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