Uma corrida e muitas despedidas: O fim de uma era na Fórmula 1
Lando Norris celebrou seu primeiro título mundial e a temporada de 2025 terminou com uma série de adeus que marcam uma virada histórica na categoria.
O Grande Prêmio de Abu Dhabi não foi apenas a corrida que decidiu o campeonato de 2025 da Fórmula 1. Foi também um encerramento carregado de simbolismo, com a sensação clara de fim de ciclo pairando sobre o paddock. Entre títulos, mudanças estruturais e despedidas importantes, a categoria se prepara para entrar em uma nova era a partir de 2026.
O título de Norris e o adeus da Band
Após a conquista histórica de Lando Norris, a Band se despediu oficialmente da Fórmula 1 depois de cinco temporadas completas transmitindo a categoria no Brasil. A equipe formada por Sérgio Maurício, Reginaldo Leme, Max Wilson, Felipe Giaffone e Mari Becker assumiu as transmissões em um momento de afastamento do público mais jovem e acompanhou a virada de chave que começou em 2021, com uma das temporadas mais marcantes da história recente.
Entre acertos e dificuldades, incluindo problemas financeiros que afetaram parte da equipe, a Band encerra sua passagem com o campeonato decidido em Abu Dhabi. A partir de 2026, a Fórmula 1 retorna à Globo, emissora que transmitiu a categoria por décadas no país.
Sauber sai, Audi entra e Renault acaba
Outra despedida importante envolve a Sauber, equipe do brasileiro Gabriel Bortoleto. A escuderia, presente na Fórmula 1 há mais de 30 anos, deixa oficialmente de existir em 2026. Na prática, porém, a estrutura permanece: a Audi assumiu 100% das ações da equipe e estreia como construtora na categoria.
O projeto alemão manterá os pilotos de 2025 para o primeiro ano da nova fase, marcando uma transição planejada e uma das entradas mais aguardadas da Fórmula 1 moderna.
A Alpine também passa por uma transformação profunda. A equipe francesa deixará de utilizar motores Renault a partir de 2026, encerrando um programa histórico de quase 50 anos da montadora na Fórmula 1, marcado por idas e vindas na categoria. Com o novo regulamento, a Alpine passará a ser cliente da Mercedes, seguindo um caminho já adotado por outras equipes do grid.
O adeus de Tsunoda
Yuki Tsunoda também se despede da Fórmula 1, ao menos por enquanto. Em sua última corrida pela Red Bull e pela categoria, o japonês tentou ser protagonista ao segurar Lando Norris na pista, chegando a realizar um zigue-zague claro na tentativa de ajudar Max Verstappen na disputa pelo título. A estratégia não funcionou. Promovido à equipe principal em 2025, Tsunoda foi substituído por Isack Hadjar para 2026 e assumirá o papel de terceiro piloto da Red Bull Racing.
O fim do DRS e uma nova Fórmula 1
Talvez a despedida mais simbólica de todas seja a do DRS e do atual conceito de efeito solo, sendo este último introduzido em 2022 com a promessa de facilitar as disputas em pista. Porém, os carros não entregaram o nível de competição esperado.
A partir de 2026, o sistema de asa móvel, criado em 2011 para auxiliar ultrapassagens, deixa de existir. Em seu lugar, a Fórmula 1 adotará uma ativação manual do motor, liberando potência híbrida extra quando o carro estiver a menos de um segundo do adversário à frente, um conceito que mantém a lógica do DRS, mas muda completamente sua execução.
Após tudo isso, a temporada de 2025 se encerra com o título de Norris, o domínio da McLaren e uma série de despedidas que reforçam o sentimento de transição. Abu Dhabi não foi apenas o palco de uma decisão emocionante, mas o ponto final de uma era que abre espaço para uma Fórmula 1 diferente, dentro e fora das pistas.