Reforma Trabalhista de Milei é adiada em meio a protestos
Após uma série de protestos realizados por grande parte das federações sindicais e uma derrota no Congresso, o governo de Javier Milei decidiu adiar para 2026 a discussão sobre a reforma trabalhista proposta, que tinha como objetivo ser aprovada ainda este ano. O anúncio ocorreu em um momento crítico, quando os trabalhadores se mobilizavam em busca de defender seus direitos.
A reforma, que inclui medidas como a redução das indenizações por desligamento e a flexibilização das negociações salariais, foi amplamente rejeitada pelos sindicatos, que alegam que as mudanças trariam retrocessos significativos para os direitos trabalhistas já conquistados. Durante a manifestação, materiais e cartazes foram exibidos, destacando a desaprovação popular, com frases como “Não à reforma trabalhista” e “Escolho lutar a morrer de fome”.
Contexto da Mobilização
A manifestação, que atraiu diversas categorias, como trabalhadores do comércio, docentes, camionheiros e funcionários públicos, ocorreu na emblemática Praça de Maio, em Buenos Aires. Os sindicatos, em conjunto com organizações sociais e partidos de esquerda, organizaram um grande ato que culminou em um discurso coletivo contra a reforma. O evento contou com a presença de bandeiras e instrumentos de percussão, reforçando a unidade das diversas frentes de trabalho e protesto.
Os líderes sindicais, durante os discursos, enfatizaram que a proposta da reforma estava claramente orientada a favorecer grandes corporações em detrimento dos direitos dos trabalhadores. Um dos líderes da CGT, Cristian Jerônimo, questionou a eficácia do modelo proposto pelo governo, apontando a perda de 276.000 postos de trabalho e o fechamento de 20.000 pequenas e médias empresas, afirmando: “De que modelo exitoso falam?”.
Consequências no Congresso
Dentro do Congresso, a situação era tensa. Embora o governo tenha conseguido aprovar o orçamento nacional, a proposta da reforma trabalhista não teve o mesmo destino, resultando em um revés significativo para Milei. O governo havia buscado apoio em uma nova composição da Câmara, onde esperava uma maioria favorável, mas a rejeição foi ampla, incluindo até mesmo aliados da coalizão.
Com o aumento das pressões e o sentimento de insatisfação popular, a discussão sobre a reforma foi postergada apenas para fevereiro de 2026, quando as sessões extraordinárias do Senado se reiniciarão. A medida representa um duro golpe na agenda de mudanças rápidas prevista por Milei em sua plataforma.
Protestos e o Futuro da Reforma
Os protestos insistem na necessidade de proteção aos direitos trabalhistas e denunciando a precarização proposta pela reforma. Os sindicatos afirmam que estão prontos para intensificar a luta caso as vozes dos trabalhadores continuem a ser ignoradas pelo governo. Jorge Sola, um dos dirigentes sindicais, fez um apelo: "Se o governo continuar a não nos ouvir, podemos terminar em um grande movimento grevista nacional".
Portanto, a expectativa é de que os próximos meses sejam cruciais não apenas para o governo de Milei, mas também para a preservação dos direitos dos trabalhadores no Brasil. As mobilizações mostram que, mesmo diante da tentativa de reformas significativas, a união e a força da classe trabalhadora são elementos vitais no cenário político atual.