PSOE-M propõe revisão do protocolo antiassédio em Madrid
No cenário político atual, o Conselho Feminista do PSOE de Madrid (PSOE-M) se coloca à frente de um importante debate sobre a eficácia do protocolo de denúncias de assédio dentro do partido. Após uma reunião que se destacou por apontar falhas significativas na norma vigente, a proposta é clara: é necessário revisar o sistema para garantir um tratamento mais adequado e eficiente das denúncias.
Os membros do Conselho, que foi criado em julho do último ano, são formados por especialistas em igualdade e direitos das mulheres. Durante a reunião de terça-feira, diversas problemáticas foram discutidas, especialmente a questão do anonimato total nas denúncias, que alguns acreditam dificultar a investigação de casos sérios, como as denúncias contra Francisco Salazar, que ficaram paradas por cinco meses, causando agitação interna no partido.
Segundo os relatos, a presidente do Conselho e secretária de Igualdade do PSOE-M, Lorena Morales, ressaltou a importância de abordar essas falhas para aprimorar a confiança no sistema de denúncias. "Os atuais protocolos não estão funcionando como deveriam, especialmente em relação às denúncias anônimas. Precisamos encontrar um equilíbrio que proteja as vítimas e, ao mesmo tempo, assegure a integridade do processo", afirmou Morales durante o encontro.
Entre os diversos membros presentes na reunião, estava a renomada advogada Francisca Sauquillo, que trouxe à tona a experiência necessária para discutir a questão da confidencialidade e do anonimato no processo de denúncias. Sauquillo ressaltou: "É essencial que exista um sistema de verificação que permita a investigação adequada dos casos. O atual modelo pode abrir brechas para acusações falsas, o que é prejudicial tanto para as vítimas reais quanto para o sistema como um todo".
Um ponto unânime entre os participantes foi a necessidade de redução do prazo de investigação das denúncias, que atualmente permitem uma análise de até seis meses em certas situações. O Conselho propôs que essa duração seja diminuída, a fim de garantir respostas mais rápidas e efetivas às queixas apresentadas.
Outro aspecto discutido foi a realização de cursos de formação obrigatórios para todos os membros do partido queiram se candidatar nas próximas eleições. Isso é visto como uma etapa crucial para garantir que todos os envolvidos estejam preparados para lidar com questões de assédio e igualdade de gênero de maneira responsável e informada.
A direção nacional do PSOE já havia reconhecido a necessidade de revisar o protocolo antiassédio, mas agora, com as novas diretrizes do Conselho Feminista, o objetivo é encontrar soluções viáveis que realmente considerem as vozes das vítimas. A revisão promete incluir a colaboração de entidades externas especializadas em problemas feministas para avaliar e propor alterações ao sistema atual.
Com este movimento, o PSOE-M demonstra um compromisso em liderar uma mudança significativa dentro do partido, visando não apenas responder aos escândalos recentes, mas também estabelecer um padrão de comportamento e segurança para todas as mulheres envolvidas na política, uma área historicamente dominada por homens. Enquanto a discussão avança, a expectativa é de que o partido encontre uma solução eficaz que equilibre a proteção das vítimas e a necessidade de um processo claro e justo para todos os envolvidos.