Infraestrutura como Fator Chave para o Investimento Privado
Nos últimos anos, a infraestrutura deixou de ser uma promessa dependente do erário e se tornou um critério decisivo para o investimento privado em diversas regiões do Brasil. Atualmente, o capital privado prioriza a avaliação de custos e riscos em vez de considerar apenas intenções. Essa mudança de paradigma é especialmente visível em estados como Alagoas, onde ações concretas começam a transformar o cenário econômico.
Um dos avanços mais significativos em Alagoas é a expansão de fontes de energia renovável, que, juntamente com a melhoria no serviço de distribuição de eletricidade e perspectivas de instalação de usinas térmicas a gás natural, contribui para a redução nos custos de produção. A energia mais acessível não se trata apenas de um aprimoramento técnico, mas sim de um convite à indústria para se estabelecer na região.
No setor de saneamento, as concessões têm quebrado um ciclo de estagnação. Com a oferta de água potável de forma contínua e o tratamento de esgoto, há uma diminuição nas doenças, aumento do turismo e maior acesso ao crédito imobiliário. A infraestrutura de saneamento não é um luxo reservado a grandes centros urbanos, mas um pilar fundamental para o desenvolvimento econômico.
Além disso, a autossuficiência em gás natural, a capacidade de estocagem e a expansão da rede de distribuição são fatores que abrem caminhos para indústrias nos setores de cerâmica, química e empresas menores. Para o empreendedor, a previsibilidade é essencial; caso contrário, a migração para outras regiões é uma possibilidade real.
Enquanto isso, o Ministério dos Transportes tem trabalhado na melhoria das rodovias, estreitando laços entre Alagoas e o restante do Brasil. Melhores estradas resultam em menores custos para o transporte de mercadorias, geração de empregos nas comunidades locais e uma integração mais eficiente entre as diversas regiões, tanto litorâneas quanto interiores.
A reforma tributária em andamento também pode desempenhar um papel importante na qualificação do ambiente de negócios. Incentivos fiscais que antes eram considerados fáceis podem perder sua atratividade, fazendo com que a competição real se desloque para fatores essenciais como energia de baixo custo, saneamento eficaz, gás acessível e logística eficiente no Nordeste. Para o investidor, a estabilidade se torna um dos principais critérios de decisão.
Em suma, a infraestrutura se revela como um componente essencial não apenas de discursos políticos, mas como a verdadeira política industrial. Regiões que cumprirem a oferta de serviços básicos tendem a atrair fábricas, serviços e, consequentemente, crédito e renda. Por outro lado, aqueles que falham nessa entrega encontrarão difícil sustentar qualquer explicação para seus desafios econômicos. A visão crítica de Graciliano Ramos, que não teria paciência para justificativas, ressoa inevitavelmente neste contexto.
George Santoro