O dólar abriu em alta, mas logo passou a cair, caminhando para registrar a 10ª queda consecutiva na sessão de hoje, além da maior queda mensal desde junho de 2023, quando caiu 5,60%. O mercado continua cético em relação à imposição de tarifas a outros países pelo presidente americano Donald Trump, que poderia valorizar a moeda globalmente.
Às 10h22, a moeda americana recuava 0,29% a R$ 5,83, nas mínimas da sessão, acumulando uma queda de 5,57% no mês. No exterior, o dólar manteve-se estável contra moedas de outros países desenvolvidos.
Apesar do anúncio de Donald Trump, feito ontem, informando que, em 1º de fevereiro, vai "impor tarifas de 25% sobre o Canadá e o México por vários motivos", citando imigração e déficits comerciais, os analistas do banco Goldman Sachs continuam acreditando que uma taxa geral desse porte é improvável, embora os comentários aumentem o risco.
Os analistas sugeriram que "as tarifas sugeridas têm o objetivo de levar a uma política negociada sobre imigração e controle de fronteiras". Um dia antes, no Comitê de Comércio do Senado, Howard Lutnick, indicado para ser Secretário de Comércio, mencionou: "a questão de curto prazo é a imigração ilegal e, ainda pior, o fentanil... então, esse modelo de tarifa é simplesmente para fechar suas fronteiras... para criar ação por parte do México e do Canadá, e pelo que sei, ambos os países estão agindo rapidamente e, se executarem, não haverá tarifa, e se não o fizerem, haverá".
Quando questionado se a tarifa se aplicaria ao petróleo, Trump declarou que "o petróleo não tem nada a ver com isso", mas depois acrescentou: "podemos ou não, vamos tomar essa decisão provavelmente esta noite".
Quanto às tarifas dirigidas à China, ele anunciou: "Também estou pensando em algo porque eles estão enviando fentanil para o nosso país... então a China também acabará pagando uma tarifa por isso, e estamos nesse processo... vamos decidir o que será".
Embora esses comentários tenham sido similares a outros feitos na semana anterior, eles parecem um pouco mais definitivos em relação ao Canadá e ao México, feitos próximos ao prazo estipulado, deixando pouco tempo para possíveis mudanças.
Nesta sexta-feira (31), a moeda americana pode ser afetada pelos dados do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), considerado a inflação “favorita” do Federal Reserve. Além disso, os investidores também repercutem os anúncios tarifários realizados por Donald Trump.
O presidente anunciou que a partir de amanhã (1º) imporá tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e do México. Trump também retomou ameaças e sugeriu que as tarifas “podem ou não aumentar com o tempo”. Ele também declarou que tomaria uma decisão ainda na noite de quinta-feira sobre a aplicação de tarifas às importações de petróleo canadense, dependendo do preço do barril. Ontem (30), o dólar caiu pela nona vez consecutiva, a maior sequência em sete anos e meio, encerrando o dia cotado a R$ 5,85.