A toxina botulínica, conhecida popularmente como Botox, é derivada da bactéria Clostridium botulinum, responsável pelo botulismo. Esta condição pode levar à paralisia muscular e, se não tratada, pode ser fatal. A infecção é usualmente contraída pela ingestão de alimentos contaminados, como conservas e enlatados.
O uso médico da toxina começou a ser explorado no final do século XIX, inicialmente para tratar espasmos oculares. Somente a partir da década de 1970 os estudos sobre seus efeitos terapêuticos progrediram, quando médicos notaram que o tratamento não apenas aliviava sintomas, mas também ajudava a suavizar rugas faciais. Em 2002, a agência reguladora dos EUA, o Food and Drug Administration (FDA), homologou oficialmente o uso da toxina botulínica para fins estéticos.
A dermatologista Debora Terra Cardial explica que "conhecemos a toxina botulínica como Botox, que é a versão produzida pela marca Allergan, a primeira e mais famosa. Atualmente, usamos a toxina de diversos outros laboratórios, como Dysport, Xeomin e Nabota".
Indicações do Botox
Segundo a especialista, as aplicações de Botox têm várias indicações estéticas, que incluem:
- minimizar rugas dinâmicas, que se acentuam com a movimentação facial, como as da testa e pés de galinha;
- prevenir o envelhecimento precoce;
- ajustar o posicionamento das sobrancelhas;
- diminuir o sorriso gengival;
- modelar o contorno facial e suavizar o pescoço.
Quando utilizado para objetivos médicos, as aplicações mais frequentes abrangem:
- tratamento de enxaqueca crônica;
- controle do bruxismo;
- ajuda no vaginismo;
- controle da rosácea;
- tratamento do fenômeno de Raynaud, que afeta a circulação da extremidade corporal;
- combate à hiperidrose, caracterizada pelo suor excessivo;
- manutenção da função muscular em condições como distonias e paralisias cerebrais.
Riscos associados ao uso da toxina botulínica
Embora o Botox seja considerado seguro, sua utilização apresenta algumas contraindicações. O uso é desaconselhado para gestantes, lactantes, portadores de doenças neuromusculares e indivíduos alérgicos à toxina ou a algum de seus componentes. Além disso, pacientes que já sofreram de botulismo podem desenvolver resistência à toxina ao longo do tempo. Debora acrescenta que "o organismo pode criar anticorpos contra a substância, o que pode comprometer sua eficácia, especialmente em pessoas que aplicam frequentemente a toxina sem intervalos adequados".
Os riscos ligados à aplicação de Botox incluem assimetrias faciais, ptose palpebral (queda de pálpebra), alterações visuais, infecções e, em casos raros, dificuldades respiratórias.
Para garantir a segurança durante o procedimento, a especialista recomenda considerar os seguintes aspectos ao escolher um profissional:
- Avaliar o local da aplicação, que deve ser seguro, limpo e equipado com materiais estéreis;
- Desconfiar de preços anormalmente baixos, pois produtos de qualidade têm um valor justo;
- Conversar abertamente sobre expectativas e esclarecer todas as dúvidas com o médico antes do procedimento.