O ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou, na última quinta-feira (6), uma manifestação de defesa que incluiu uma lista de 13 testemunhas no processo que investiga seu suposto envolvimento na tentativa de golpe de Estado no Brasil. Essa ação ocorre no contexto de uma denúncia formal feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em fevereiro deste ano.
Entre os convocados estão figuras próximas ao ex-mandatário, como o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que fez parte do governo Bolsonaro como Ministro da Infraestrutura. Tarcísio confirmou sua disposição em aceitar o convite, declarando à CNN que o fará "sem dúvida". Sua inclusão na lista demonstra a continuidade da relação de apoio entre aliados mesmo após o término do seu mandato.
Além de Tarcísio, há outros cinco ex-ministros que estão na lista. Isso inclui Gilson Machado, ex-ministro do Turismo, e Eduardo Pazuello, que foi Ministro da Saúde e é atualmente deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro. Os senadores Rogério Marinho, do PL do Rio Grande do Norte, e Ciro Nogueira, do PP do Piauí, ambos com experiências significativas nas suas respectivas pastas, também foram convocados. Por fim, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão, do Republicanos do Rio Grande do Sul, é outro nome que integra a lista.
Os outros sete convocados são:
- Amaury Feres Saad - advogado, acusado de ser um dos autores da "minuta do golpe";
- Coronel Wagner Oliveira da Silva - representante da Aeronáutica na Comissão de Transparência Eleitoral;
- Renato de Lima França - ex-subchefe de Assuntos Jurídicos do governo Bolsonaro;
- General Freire Gomes - negou se envolver no suposto golpe;
- Brigadeiro Carlos de Almeida Batista Júnior - também teria negado participação;
- General Júlio César de Arruda - ex-comandante do Exército e mencionado em relatório da PF;
- Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro.
Esse caso, que já tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), está sob a análise da primeira turma do tribunal, formada pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A defesa de Bolsonaro solicitou que a ação seja levada para o plenário do STF e também requereu o afastamento de Moraes, Dino e Zanin.
A Procuradoria-Geral da República havia apresentado uma denúncia inicial contra 34 indivíduos relacionados a esta tentativa de golpe, incluindo Bolsonaro, altos oficiais militares e ex-ministros. O ex-presidente enfrenta acusações graves, abrangendo cinco crimes, que incluem organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dentre outros.
Com isso, a lista de testemunhas reflete a complexidade do caso e a interconexão entre as figuras influentes que estiveram próximas ao ex-presidente. O desdobramento deste processo pode ter implicações significativas não apenas para Bolsonaro, mas para a política brasileira como um todo.
Segue a lista completa das 13 testemunhas convocadas:
- Amaury Feres Saad
- Coronel Wagner Oliveira da Silva
- Renato de Lima França
- General Eduardo Pazuello
- Senador Rogério Marinho
- General Hamilton Mourão
- Senador Ciro Nogueira
- Governador Tarcísio Gomes de Freitas
- Gilson Machado
- General Marco Antônio Freire Gomes
- Brigadeiro Carlos de Almeida Batista Júnior
- General Júlio César de Arruda
- Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro
O andamento desse caso e os testemunhos aguçados poderão oferecer revelações cruciais sobre os eventos alegadamente orquestrados por Bolsonaro. Acompanhe conosco as novidades e contribua com suas opiniões e comentários.