O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu devolver os equipamentos eletrônicos apreendidos do senador Marcos do Val (Podemos). No entanto, a pistola Glock calibre .380 do senador permanecerá retida. A decisão, ocorrida na última sexta-feira, 21 de março de 2025, estabelece um prazo de 90 dias para o senador retirar seus eletrônicos, sob risco de destruição caso não seja cumprido.
Marcos do Val enfrenta investigações por obstrução de justiça, após ter divulgado informações sobre o delegado da Polícia Federal, Fábio Schor, que conduz a apuração de Jair Bolsonaro. Essa situação realça a tensão entre o parlamentar e a investigação em curso, uma vez que Moraes também manteve a apreensão do passaporte do senador, medida considerada prejudicial para suas funções parlamentares.
Além disso, as contas bancárias de Marcos do Val seguem bloqueadas, embora ele tenha autorização para receber apenas 30% de seu salário desde agosto de 2024. Essa série de restrições levanta questões sobre a capacidade do senador de exercer suas atividades legislativas de maneira plena.
Após a decisão, o senador manifestou descontentamento, chamando a ação de Moraes de "arbitrária". Ele criticou o que considerou uma "megaoperação sensacionalista" do Supremo, direcionada a intimidá-lo durante o processo de investigação. As reações à decisão mostram a divisão entre os representantes políticos e o Judiciário, refletindo um cenário de crescente tensão política no país.
A retenção da arma e a manutenção das outras medidas restritivas evidenciam a postura firme do STF em relação a potenciais ameaças à justiça, enquanto o envolvimento de figuras públicas na política brasileira continua a gerar debates acalorados. O contexto da investigação não só ressalta a complexidade das ações judiciais, mas também os impactos diretos sobre a dinâmica da atuação parlamentar de Marcos do Val.
