Civis palestinos tomaram as ruas no norte de Gaza em um ato de protesto na última terça-feira, clamando pela expulsão do Hamas do enclave e pelo fim imediato da guerra com Israel. A manifestação acontece em meio a um cenário devastador após mais de um ano de conflitos que deixaram a região em ruínas. Os participantes carregavam bandeiras brancas e gritaram palavras de ordem como "Fora, fora, fora, Hamas deve estar fora" e "Hamas é terrorista", enfatizando a exigência pela libertação dos reféns israelenses e pela cessação das hostilidades.
Com as ofensivas israelenses retomadas após quase dois meses de trégua, a pressão sobre o Hamas aumentou consideravelmente. Os protestos se intensificaram, refletindo a frustração popular com a gestão do grupo no enclave, que muitos acusam de exploração e perpetuação do ciclo de violência.
O Movimento Fatah, parte da Autoridade Nacional Palestina (ANP), também aproveitou a ocasião para solicitar ao Hamas que ouvisse as demandas do povo e facilitasse a atuação da ANP na reconstrução da Gaza devastada. Em uma declaração contundente, Fatah responsabilizou o Hamas pela atual situação caótica, apontando que os anos de repressão e exploração começaram a cobrar um alto preço.
Além das exigências em relação ao governo local, os manifestantes também criticaram a cobertura da imprensa, em especial a da Al-Jazeera. Para eles, a mídia não tem reportado adequadamente as suas reivindicações e, em vez disso, estaria a servir interesses ligados ao Hamas. Os recentes apelos dos civis palestinos exigem que a cobertura jornalística represente a realidade em Gaza, ao invés de proteger os interesses do grupo islamista.
Atualmente, a situação permanece tensa em Gaza, com o exército israelense alertando para a intensificação das ações militares caso o Hamas não libere os reféns. Por sua vez, os gazatíes estão determinados a mostrar à comunidade internacional que são um povo pacífico que rejeita a administração do Hamas. Apesar da ausência de prisões durante as manifestações, os participantes expressam preocupações sobre possíveis represálias do grupo islâmico por sua oposição clara.
