Em uma declaração provocativa, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reforçou seu interesse em assumir o controle da Groenlândia, afirmando que "vamos ter que tomá-la" em nome da segurança internacional. Sua posição foi atualizada após a redução de uma visita americana à ilha, que se limitou a uma base militar e foi bem recebida pelo governo dinamarquês.
A visita, originalmente planejada para incluir atividades culturais, como uma corrida de trenós puxados por cães, foi criticada em função de protestos e complexos desentendimentos diplomáticos. Essa mudança na agenda parece ter evitado uma maior controvérsia entre os países envolvidos.
A tentativa de aquisição da Groenlândia por Trump não é nova. Durante seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, o ex-presidente já manifestava interesse em comprar a ilha, que possui uma população de cerca de 57 mil habitantes e é autônoma dentro do Reino da Dinamarca. No entanto, a maioria dos groenlandeses se opõe à ideia de se tornarem parte dos Estados Unidos, segundo pesquisas recentes.
O governo dinamarquês elogiou a decisão dos EUA de restringir a visita à base militar em Pituffik, considerando a visita original uma 7pressão inaceitável6. O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Løkke Rasmussen, apontou que a nova agenda foi benéfica, focando na interação dos americanos apenas com sua própria base, sem contato com a sociedade local.
A insistência de Trump em reivindicar a Groenlândia reacende discussões sobre seu papel estratégico na geopolítica mundial. A ilha é valorizada por seus vastos recursos naturais e sua localização geográfica privilegiada. No entanto, qualquer tentativa de controle que ameace a soberania groenlandesa pode gerar tensões substanciais entre os EUA e a Europa, particularmente com a Dinamarca, um aliado militar dos americanos.
A retórica expansionista de Trump em relação à Groenlândia suscita comparações com Vladimir Putin, que também utiliza questões de segurança para justificar ações contestáveis. Embora a possibilidade de invasão da Groenlândia seja considerada remota, a tensão diplomática e a resistência local permanecem como obstáculos significativos a qualquer ambição americana sobre a ilha.