O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, respondeu à revista britânica The Economist sobre uma reportagem que critica a atuação do Judiciário brasileiro, particularmente em relação ao ministro Alexandre de Moraes. A matéria, associada a uma percepção de excesso de poder do Judiciário, foi classificada por Barroso como uma narrativa golpista que ameaça a democracia brasileira.
No último sábado (19), Barroso rebateu as afirmações da reportagem publicada em 16 de abril de 2025, que intitula “A Suprema Corte do Brasil está em julgamento”. O texto da The Economist aponta Moraes como símbolo do seu suposto poder excessivo, elencando decisões unilaterais e a recente suspensão da rede social X (antes Twitter) como evidências disso.
Em sua resposta, Barroso enfatizou que essa visão não corresponde à realidade do Brasil, que vive um período crítico com ameaças à democracia. Segundo ele, a reportagem deixou de lado episódios importantes que ilustram essa crise, como a invasão de prédios dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023 e os ataques terroristas planejados contra instituições do país.
Barroso observou que tentativas de atentados, como os planejados para o aeroporto de Brasília e o STF, evidenciam a gravidade da situação e que os responsáveis por essas ações enfrentam processos legais adequados. "É fundamental que o STF atue para preservar a democracia", afirmou.
O presidente do STF ainda denunciou que a crítica da The Economist não leva em conta o contexto de instabilidade política pelo qual o Brasil passa. Para Barroso, um Judiciário que busca agradar a grupos políticos não pode garantir justiça e o respeito à Constituição, reafirmando que a atuação do STF é legítima e necessária.
A resposta de Barroso reacende o debate sobre o papel do Judiciário e a percepção internacional sobre a divisão de poderes no Brasil. Especialistas sugerem que o fortalecimento do STF é essencial para barrar ameaças autoritárias, especialmente em um cenário pós-crise
Essa polêmica ilustra as tensões políticas em curso e a vital importância de um Judiciário independente que possa atuar de forma autônoma. A defesa de Barroso não apenas reafirma a legitimidade do tribunal, mas também busca combater narrativas que possam fragilizar a democracia brasileira.