EUA pressiona por um acordo no conflito da Ucrânia
Os Estados Unidos estão intensificando os esforços para mediar a paz entre Rússia e Ucrânia com uma nova proposta que inclui o reconhecimento não oficial de áreas sob controle russo. O enviado especial Keith Kellogg representa Washington nas negociações que acontecem nesta quarta-feira, 23, em Londres, com a participação do diplomata francês Emmanuel Bonne. A iniciativa busca encontrar uma solução que congele a linha de frente atual.
Aumento da pressão internacional após ataque em Marganets
A urgência por um acordo de paz se intensificou após um ataque de drones em Marganets, que resultou na morte de nove civis e deixou mais de 30 feridos. O ataque, ocorrido na região de Dnipro, em um ônibus, reforça as chamadas internacionais por uma mediação eficaz após uma breve trégua de Páscoa.
Proposta detalhada dos Estados Unidos
Conforme reportado pelo Financial Times, a proposta americana é abrangente e abrange:
- Reconhecimento não oficial da soberania russa sobre a Crimeia, que foi anexada em 2014.
- Congelamento das linhas de frente atuais, permitindo que a Rússia mantenha partes de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.
- Um compromisso da Ucrânia de não se juntar à Otan, além de um alívio gradual das sanções econômicas impostas a Moscou.
A Bloomberg ainda informa que Washington condiciona o acordo à garantia de segurança territorial para a Ucrânia, embora não tenha detalhado os mecanismos dessa segurança.
Reações ao plano de mediação
As reações ao plano não foram favoráveis por parte do Kremlin, que negou oficialmente as informações. Dmitri Peskov, porta-voz do presidente Vladimir Putin, afirmou que "muitas notícias falsas estão sendo publicadas". Especialistas, como a analista Diana Soller, criticam a proposta, alertando que, se aprovada, a Rússia teria suas exigências atendidas sem contrapartidas claras.
Contexto do conflito e desafios nas negociações
A administração Trump mostra-se impaciente com a duração do conflito, buscando um acordo em um prazo de três meses, conforme informações de fontes próximas às negociações. No entanto, a Ucrânia expressa preocupação com o risco de a Rússia utilizar tréguas para fortalecer suas posições militares na região.
Próximos passos nas negociações
O governo dos EUA aguarda uma resposta formal da Rússia e da Ucrânia até o final do dia 23 de março. Entretanto, a Ucrânia resiste publicamente a quaisquer concessões territoriais, enquanto a Rússia frisa a importância de negociações bilaterais sem a intervenção ocidental.