Os brasileiros estão enfrentando um aumento alarmante no número de ligações automáticas, conhecidas como robocalls. De acordo com dados recentes, são cerca de 10 bilhões de ligações feitas por robôs mensalmente, um crescimento de 12% em comparação ao período anterior, conforme relatórios da Anatel. Espera-se que o número atinja quase 24 bilhões apenas nos meses de janeiro e fevereiro.
Essas chamadas normalmente duram apenas alguns segundos e são utilizadas para verificar se uma linha telefônica está ativa. O principal desafio está no fato de que as ligações podem aparecer com números virtuais, dificultando seu rastreamento e bloqueio. Empresas de telemarketing implementam essas técnicas para evitar bloqueios, variando o número de origem a cada chamada.
O impacto dessa prática nos consumidores é profundo. A empresária Rosaura Dutra, por exemplo, relatou que tenta bloquear as mais de 40 ligações automáticas que recebe diariamente, sem sucesso. Além disso, muitos cidadãos estão preocupados com a venda de dados pessoais para essas campanhas, o que intensifica as inquietações sobre privacidade e segurança.
A Anatel tem implementado várias estratégias para tentar mitigar o problema. Entre elas, o selo "origem verificada", que ajuda a identificar ligações legítimas. De junho de 2022 a março de 2025, a agência afirma ter reduzido cerca de 222 bilhões de chamadas fraudulentas. Apesar dessas ações, a prevalência das robocalls continua a ser um grande desafio.
O problema das robocalls desafia não apenas consumidores, mas também a regulação das telecomunicações. Com novas estratégias em andamento, a Anatel continuará a trabalhar em ações que protejam os brasileiros. O impacto social e econômico dessas ligações deve ser continuamente avaliado, à medida que a tecnologia avança e os métodos de marketing se tornam mais sofisticados. O futuro das comunicações no Brasil depende de uma abordagem eficaz que equilibre inovação e proteção do consumidor.