O governo do Nepal anunciou mudanças significativas nas regras para a escalada do Monte Everest, restringindo o acesso apenas a alpinistas com formação comprovada. A partir da temporada de 2025, os interessados em escalar o pico mais alto do mundo precisarão ter experiência em montanhas de pelo menos 7.000 metros. Esta medida surge como uma resposta às trágicas estatísticas de 2023, onde 17 mortes foram registradas, sendo que muitas poderiam ter sido evitadas.
As novas diretrizes foram formalizadas através de um projeto de lei apresentado ao Parlamento no dia 18 de abril de 2025. Com isso, o Nepal espera que apenas montanhistas experientes e bem preparados sejam autorizados a enfrentar os desafios do Everest, que atinge a impressionante altura de 8.848,86 metros.
Conforme as regras estipuladas, os alpinistas precisarão apresentar um certificado médico recente, emitido por uma entidade reconhecida pelo governo, que comprove sua aptidão física. Além disso, todos os guias de montanha terão que ser nepaleses e certificados, e a prática de escaladas solo será banida.
Embora as novas regulamentações sejam bem-intencionadas, especialistas e veteranos do montanhismo manifestam ceticismo sobre sua efetividade. As incertezas políticas e os interesses turísticos, que pressionam por mais flexibilidades, podem complicar a aplicação dessas regras.
Esta não é a primeira tentativa do Nepal de impor requisitos ao acesso ao Everest. Na década de 1990, uma exigência similar que pedia que os alpinistas tivessem escalado picos acima de 6.000 metros foi revogada após uma queda nas expedições. Agora, o desafio é encontrar um equilíbrio entre garantir a segurança e preservar a viabilidade econômica do turismo de montanha, crucial para a renda do país.
A implementação das novas regras é vista como uma oportunidade de reduzir o número de alpinistas sem a preparação adequada, o que, por sua vez, poderia resultar em uma diminuição de acidentes fatais. O sucesso dessa mudança dependerá de uma fiscalização rigorosa e de uma colaboração eficiente entre os diversos protagonistas, incluindo autoridades governamentais e operadores turísticos.
Embora o aumento das taxas de permissão e as restrições impostas possam desanimar alguns escaladores, espera-se que promovam uma cultura de segurança e valorização da experiência na escalada. O Nepal continua a afirmar seu compromisso em transformar o Everest em um destino acessível apenas a alpinistas que estejam verdadeiramente preparados, buscando preservar tanto a integridade da montanha quanto a vida dos que se aventuram por ela.