A China está implementando uma estratégia de isenção de tarifas de 125% para produtos essenciais dos EUA, incluindo etano, microchips e motores de avião. A medida surge em resposta às crescentes tensões comerciais entre os dois países e tem como objetivo atender às demandas de indústrias chinesas que dependem desses insumos críticos.
Estratégia Seletiva do Governo Chinês
Fontes indicam que o governo chinês estabeleceu um sistema de "lista branca", no qual as empresas são contatadas diretamente para identificar necessidades específicas de isenção tributária. Esse método discreto permite que a China avalie suas necessidades industriais enquanto mantém uma postura firme contra as tarifas impostas pelos EUA.
Grandes empresas do setor químico, como Satellite Chemical, Sinopec e Wanhua Chemical Group, foram beneficiadas com isenções relativas ao etano. Vale ressaltar que os EUA são responsáveis por aproximadamente 50% do etano que a China importa, conforme dados da Administração de Informação de Energia dos EUA.
Itens Essenciais na Lista de Isenções
- Etano: Usado como matéria-prima para plásticos e produtos químicos, é considerado o único fornecedor global viável.
- Microchips e motores de aeronaves: Itens indispensáveis para os setores tecnológico e aeronáutico, onde a China ainda depende fortemente da expertise americana.
- Farmacêuticos: Insumos médicos críticos que atendem à demanda de empresas nas cidades de Xangai e Pequim.
Um executivo anônimo do setor farmacêutico comentou:
"Ainda precisamos de tecnologias dos EUA".
Implicações da Medida na Guerra Comercial
A iniciativa chinesa é uma resposta à declaração do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, de que as tarifas de 145% impostas pela administração Trump estão pressionando a economia chinesa e colocando milhões de empregos em risco. Apesar das isenções, a China tem evitado quaisquer anúncios públicos, de modo a não dar a impressão de fraqueza diante das pressões dos EUA.
Analistas interpretam essa ação como um "alívio tático", oferecendo à China a oportunidade de proteger suas cadeias produtivas sem abrir mão da retórica firme em suas relações diplomáticas. Essa abordagem contrasta com os altos níveis de tarifas impostas em abril pelos EUA.
Futuro das Isenções e Relações Comerciais
As orientações para que empresas chinesas solicitem isenções de forma individual indicam que a lista poderá ser expandida com o aumento das pressões setoriais. O governo permanece em diálogo com indústrias-chave, como as de semicondutores e energia, para compreender novas demandas que surgem.
No cenário de negociações, a Casa Branca já sinalizou a continuidade de sua política de "reciprocidade tarifária", com atualizações programadas para maio. A preocupação com as relações comerciais permanece em destaque enquanto as duas nações buscam soluções para suas contínuas tensões comerciais.